MEU
RECADO
(Yara
Nazaré - 29/01/04)
"E
o vento levou" meu recado
E logo trouxe a resposta
Que eu mais queria ouvir
Breve estarias de volta
E eu a esperar por ti.
O vento retornou ligeiro
Trazendo o teu perfume
Como uma brisa suave
E eu na janela ansiosa
Olhava para a estrada
Que te traria para mim.
Tão certa era tua chegada
Que fez no meu rosto
Um largo sorriso aflorar
Avistei a tua imagem
Corri para te encontrar
Senti logo o teu carinho
A afagar minhas mãos.
Nosso lar ficou em festa
Ouvimos o som da vitrola
Com a nossa música a tocar
Dançamos o nosso bolero
Eu feliz nos teus braços
Sem distância alguma
A nos separar.
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PRIMEIRO
BAILE
(Yara Nazaré - 31/01/04)
Era o primeiro baile
No salão todo enfeitado
De flores da primavera
Meu lindo vestido bordado
Esvoaçava na leveza
Do tecido azul de organdi.
Foi quando te avistei
Atravessando o salão
Vindo na minha direção
Meu coração palpitava
De tanta emoção.
Ouvi o teu convite
Com a face em rubor
Saímos para dançar
Na cadência dos passos
Acompanhando o ritmo
Do bolero que tocava.
Foi o destino sim
Que te trouxe pra mim
Naquele baile encantado
Onde luzes cintilavam
Festejando o nosso amor
Ali... tudo iniciou!
* * * * * *
A
POESIA DO BEIJO
(Yara Nazaré -04/01/04)
Beijos
ternos, etéreos e eternais
Rimam
em risos e sintonia
Como
a poesia dos deuses
Cálida,
na métrica dos versos
Sonora
no mítico recipiente
Que
só de encantos saciam
O
espaço dos nossos dias.
São ósculos, são
ternos e frenéticos
Como
a lei do mandamento do amor
São
maternos, fraternos e passionais
São
como verdadeiros néctares
Da
ambrosia que adoça a vida
Confortam,
alentam e acalmam
Suprindo
de energia a alma
E
alimentam o nosso amor!
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O
BRILHO NO OLHAR!
(Yara Nazaré - 12/04/03)
Naquela noite chuvosa
Sentindo-me sozinha
Estava pensando em ti
Foi quando te vi à porta
A acenar para mim.
Notei no teu semblante
Aquele sorriso de encanto
De amor verdadeiro
E cúmplice de mim.
Corri na tua direção
Em teus braços me lancei
Sentindo-me acariciada
Mais mulher e mais feliz
Uma música suave se ouvia
Era aquela que dançamos
No nosso primeiro encontro.
E te fez aproximar de mim.
Falava de flores e de amores
Mas também de tristeza
E seu cantado enredo
Destoava do momento.
Se o autor nos visse
Com certeza entenderia
O porquê da diferença
Do tema da composição
Com o casal a sua frente.
Tu sorrindo para mim
Com um brilho no olhar
Dançando aquele bolero
Fazendo-me flutuar
Nos teus braços a bailar.
Assim tem sido nossa vida
Repleta de tanta alegria
Um ao lado do outro
E nada a nos afastar
A chama do nosso amor
Nada consegue apagar
Sempre estarei contigo
Comigo sempre estarás
Na lida do dia-a-dia
Nos anseios e alegrias
E nos bailes a dançar!
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AR DA FELICIDADE
(Yara Nazaré - 08/03/04)
Abri portas e janelas
Afastei a cor da saudade
Espanei toda a tristeza
Deixei entrar a leveza
Do ar da felicidade!
Não vou mais chorar
Nada mais de sufocar
A alegria dentro de mim
Quero ver o céu azul
Enfeitado do dourado
Da cor do sol da manhã!
Vou ouvir dos pássaros
O mavioso canto de encantos
Enfeitar de flores do campo
Os fios dos meus cabelos
Vestir meu vestido de seda
E sair por aí a cantar...
Tenho na alma a calma
Da menina, mãe e mulher
E sei que posso sorrir
No caminho que escolhi
Cercado de cores alegres
Sentir o cheiro da terra
Correr e colher na praia
Intãs e estrelas do mar.
Lembrar sempre da criança
Esperta a me aconselhar
Que rir é o melhor presente
Que se recebe da vida
É querer e poder sonhar
Soltar a voz sem calar
Deixar a coragem aflorar
E ser capaz de amar!
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REINVENTAR
(Yara Nazaré - 20/01/04)
Laicizou-se
a poesia
Sem
abalar a estética
Nada
de idéias fixas
Nem
só o direito do intelecto
Os
versos simples acontecem
Na
desconstrução da forma.
O
estilo não é rígido
Os
versos se colorem
Falam
de sentimentos
Criticam
os argumentos
Mudam
formas arraigadas
Transgridem
códigos habituais
Impostos
na gramática
Dos
estilos literários.
A
rima transforma o visível
Sem
pastichar as idéias
Redescobre
o invisível
Faz
sorrir, amar e pensar
Rima-se
no original
E
o poeta laico surge
Abusa
dos caracteres
Cria
um novo repertório
Reinventa
o verbo...
Sem
banalizar!
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SORRISO
(Yara Nazaré - 15/01/04)
Bailo contigo
No jardim do paço
Um sorriso...
Estampo na face
Com a devida graça.
É o nosso pacto
De sempre sorrir
Que nos embala
Em cada passo
Ao ar livre
Sem paredes.
Sinto a brisa
Escuto o som
Da viola que toca
Nossa melodia
No nosso jardim
Florido de jasmins
E eu sempre feliz
A sorrir para ti.
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ESTRADA
DA AMIZADE
(Yara Nazaré - 02/01/04)
Através de um caminho
Desconhecido por mim
Encontrei uma estrada
Florida de lindo jardim.
Nada sabia sobre ela
Aventurei-me e aprendi
A andar passo a passo
Com desvelo e cuidado
E não me arrependi.
Alegrei-me ao descobrir
Que na alameda florida
Ora era outono ora inverno
E chegava o verão sorrindo
Logo seguido da primavera.
Esta estrada levou-me
A alcançar um tesouro
De imensurável valor
O presente da amizade
De pessoas como eu
Pulsantes de emoção
No vai-e-vem da estrada
Só alegram o meu coração!
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DIA
DA SAUDADE!
(Yara Nazaré - 30/01/04)
A
saudade chega
Bate
um tanto pungente
No
coração da gente
Saudade
da minha infância
Saudade
do bingo dançante
Saudade
do laquê no cabelo
Da
anágua engomada
Que
tanto armava a saia
Afinando
a cintura.
Saudade
do "Land Hoover"
Na
ida e volta à fazenda
Tomar
o leite mugido
Brincar
de faz-de-conta
Esperar o príncipe encantado
Montado
no seu alazão.
Saudade
da eletrola
Que
tocava em "hi-fi"
Músicas
românticas
Que
me faziam sonhar.
Saudade
do grande baile
Da
festa da debutante
Do
meu vestido longo
De
organdi bordado
Dos
sapatos de salto
Calçados
na primeira vez.
Saudade
da valsa dançada
Com
o pai, o avô e o irmão
Foi
quando tu me pegastes
Enlaçando-me
nos braços
Para
arrematar o valseado
Dos
passos pelo salão.
Ah,
que saudade...
De
quando tudo começou
De
um tempo passado
Era
tudo tão romântico
Doces
lembranças guardadas
Todas
anotadas no meu diário
Tão
vivas e coloridas
E
que não voltam mais!
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Obrigada, pela visita.
Yara Nazaré.