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Minha homenagem especial a uma amiga que nos enriquece,
e nos diverte com seu espírito lúdico, inteligente e criativo de
escrever poesias e prosas com seu estilo inconfundível de
explorar e brincar com as palavras!
Com carinho.
Yara Nazaré


ROSA, ROSAE, ROSARUM

(Yara Nazaré)

Vestiu-se de Cinderela
E a todos encantou
De linda Branca de Neve
Fez seu príncipe galopar
No seu branco alazão
Para dos seus braços
Nunca mais separar
Rosa, Rosae, Rosarum
Sua Alteza Imperial
No seu traje de gala
Na Floresta Encantada
Com pássaros a gorgear
Consegue a todos encantar!

Minha homenagem a você, Rosa Pena.
Com carinho,
Yara Nazaré

ROSA PENA por... ROSA PENA!

PERFIL

Rosangela Pena nos registros.
Rosa Pena como gosto de ser chamada.
Sou professora, carioca, casada, tenho uma filha.
Sou apenas uma mulher nascida no século XX.
Viciada em ler. Considero que a leitura é o grande
guia para educação sentimental.
Escrever foi uma das alternativas que encontrei para mostrar
o meu jeito de agir, ser e reagir diante deste
tumultuado mundo contemporâneo.
Foi mais além. Foi a forma de suportar a grande solidão
que reina no individual de cada um, por mais acompanhados
que estejamos.
Ler e escrever. Tentativas de decifrar enigmas. Criar novos.
Na escrita consigo sublimar o perverso, o sarcasmo,
o cinismo que insiste em ser maior que o amor que
existe no ser humano. Lendo consigo chegar
mais perto do coração de meu semelhante.
O sal nosso de cada dia no feijão com arroz do cotidiano.
Comida insossa é piada sem riso.
Se não consigo sorrir sempre com a vida, sorrio dela.

Rosa Pena

2 livros virtuais publicados.
Participação em 4 antologias virtuais
2 Livros editados no papel:
Com Licença da palavra/ 2003
PreTextos/ 2004

(Clique nos endereços abaixo e visite os belos sites de Rosa Pena)


http://www.rosapena.prosaeverso.com/


www.rosapena.recantodasletras.com.br

 

**************

POESIAS DE ROSA PENA:

 

QUASE SONETO

Rosa Pena



Hoje queria fazer um soneto,
sem grandes melancolias,
falar apenas desse amor que se adia,
mas nada veio... tudo preto.

Busquei Andrade, Bandeira
pra encontrar maneira...
Li Moacir et Selena
para descobrir que a vida não é pequena.

Reli Camões, cheia de ilusões,
só consegui rimar com corações.
Mendes, Moraes, Quintana
buscava de forma insana!

Não precisava ser soneto organizado
bastava ter meu amor alimentado
mas nada apareceu...
acredito que nem eu.

Pensei em falar disparates
de chuvas a chocolates
talvez de sentimentos nobres,
quem sabe assim me descobres.

Queria falar de ti
dos sentimentos que me consomem
de tudo que este amor irradia
percebo a hora tardia.

Nada veio, apenas percebi neste quase soneto
que fiz de minha vida um coreto,
Com o coração sustentado
por um amor... amor por mim inventado.

2002


*

A COR DO GRITO

Rosa Pena

Por falta de culpados,

culpei o tempo.
Certamente ele ainda não veio,
por culpa da chuva, do vento.
Ainda virá,
não há de tardar.

E quando a terra secou
outro pretexto arrumei.
A rua, o movimento,
talvez congestionamento.
Chegará a qualquer momento.

A hora passou,
o mundo aquietou.
Ele não veio.
A chuva, o vento, o movimento,
não são cúmplices do meu tormento.

Que mundo esquisito!
A lucidez cinza eu evito.
O silêncio é frio,

cor de granito.
Suplico...
Qual é a cor do grito?

2002

*


SOLIDÃO

Rosa Pena

Solidão...

É mosca na teia,

é sangue sem veia,

é mar sem sereia,

é encontrar tua caixa cheia.

Solidão ...

No micro ligado

no mouse clicado,

na ausência do teu nome negritado,

no lençol lavado sem pecado,

no fogo sem calor,

no ninho sem amor,

no dia sem flor,

no amor sem ciúmes,

no travesseiro sem teu perfume.

Solidão...

é o violino sem mão,

é globo sem nação,

é ouvir apenas,

o silêncio do teu não.

2003

*

EX

Rosa Pena


Vá! Dê parte.
Diz que não faço arte,
que sou um desastre.
Me chame de intrusa,
me deixe confusa.
Mas, diz também
como sei amar,
que sente falta
do meu jeito de olhar.
Me leva ao juiz,
conta tudo o que fiz.
Não esqueça:
- Você também quis!
Não se aborreça
se um dia lembrar
como lhe fiz feliz.
Não peça, porém, replay.
- Assuma de vez que é o Ex.

2004

*

ÉS

Rosa Pena

Ouço ruídos,
leves,
quase desapercebidos.
Mas são meus velhos conhecidos.
Parecem gotas de chuva na calha,
o vento que a areia espalha,
o toque do peixe na malha.

São rápidos,
inconfundíveis,
quase invisíveis.
Deixo de rodeios.
Vou ao ponto.
São meus devaneios,
que surgem
quando te leio.

Esqueço os tratos desfeitos,
as juras que fiz
de não saber
nada mais ao teu respeito.


És ainda a causa e o efeito.

2003

*

MEIA INTEIRA

Rosa Pena

Este nosso amor,
feito de meias
palavras,
frases nunca inteiras.
Loucuras, besteiras.
Meia ida, volta e meia.

Volver.

Vou ver?

Pago!

Meia-noite.

Lua cheia.

Meia taça de vinho.

Afrouxo o colarinho.

Sussurro:

-Querida.

Gritas:

-Atrevido!

Murmuro:

-Sustenidos.

No chão,

nossas meias.

Aplaudimos:

-Grande cupido!

2004

*

VISIONÁRIO


Rosa Pena

Desisto
do meu jeito
para alguns defeito.
Venceu o preconceito.
Fico austera.
Coloco
nó na gravata,
abuso da palavra ingrata
separo o leite da nata.
Viro severa.
Reclamo
o minuto perdido,
por uma serenata.
Abdico
de cruzar a ponte,
mudar o enredo,
que imaginei um monte.
Reclamo do
meu peito visionário.
Produto ordinário
de segunda mão.
Teima em bater em vão.
Tolo ainda acredita
que perto do infinito,
existe um coração,
que toca igual ao meu.
Pura ficção.


2005


*

INSTANTES


Rosa Pena


Se não tem porta,
há sempre uma janela.
-Aberta?
-Com tela.
-Dá pra ver a lua?
-Com hora certa.
-Mais ou menos tua?
- Que seja por um instante.
Amar sempre alerta,
o coração aperta.
Nunca nova.

Sempre minguante!

2004

*

SONHO

Rosa Pena

Em sonhos me abandono
louca de amor grávida de sono.
Ardo em chamas invisíveis
crio entregas impossíveis.
Envolvida em tuas pernas
invento coisas eternas.
Meu corpo oferto!
Desejosa de perpetuar o incerto.
Adormeço o sol já nasce.


2001

*

COMO SE DIZ ADEUS?

Rosa Pena

Neste poema deixo
na areia marcas,
esparsas, breves
pegadas leves
de alguém que partiu
numa barca,
sem dizer adeus.

Neste pequeno poema deixo
o medo, o susto
Daqueles que levamos
quando o vento,
desnuda nosso busto.
Adeus brusco.

Neste resto de poema,
deixo o pranto
De saber que feri,
meus maiores encantos.
Adeus que acena.

Sequer é poema
é apenas
a lágrima que teima,
em sair dos olhos meus.
Adeus.

2004

*

DREAM

Rosa Pena

O crédito esgotado?
-Peço emprestado.
A água cortada?
-Fico sem banho
Faltou energia?
-Durmo no escuro.

Apesar do pouco que disponho,
não me amarguro.
Só não admito perder a fantasia,
de estares comigo em meus sonhos.

Boa Noite
2005

*

INFRATOR

Rosa Pena

O meu amor
é um louco na direção.
Exagera na velocidade,
dá batidas nas estradas,
se mete em enrascadas.
Anda na contramão,

sempre bêbado de ilusão.
Desconhece o cinto,
sobe no meio- fio,
capota nas saudades.
Não tem seguro.
Transita infantil na poesia,
irresponsável na prosa

Paga multa toda hora.
Valor da Pena?
Namora a Rosa.

junho de 2005

Feliz dia dos Namorados!

*

PROSAS DE ROSA PENA:

 

LABIRINTO

Rosa Pena

100_ ida
100_ volta
re_volta

Estou de saco cheio do Saddam, Bush, Rosinha (governadora), Lula (molusco), Paulinha (minha prima), esfirra do Habib’s (comida árabe feita por portugueses?), Maria Rita (quase Elis), Luís Inácio (presidente), Ratinho, clone, sósia, robô, Tony Blair, New York Times, Globo, chuleta, garçom servindo cupim, concursos de qualquer tipo, recursos, incursos, elite intelectual, bunda de fora em bike, paradigma, superegos, Rubinho (corredor), Domingo Legal, Preta Gil, ministro Gilberto, ex-BBB, Vanessa (filha do mala sertanejo), virgindade da Sandy, teste de DNA com jogador, direitos humanos só para os bandidos (a vítima que se foda), Imedia Excellence (ferrou o tom do meu cabelo), vendedor que acha que está fazendo favor, adolescente com ar blasé, ONG pirata, Velox, Lei de Gerson, pacifistas armados, lirismo fabricado, aplauso forçado. Estou de saco cheio de Saddam, Bush, Rosinha (governadora), Lula (molusco), Paulinha (minha prima), esfirra do Habib's...

*

É PRA FRENTE MÃE!


Rosa Pena


Ele fez do Miguel seu melhor amigo. No seu aniversário de três anos fez a mais absoluta questão que o amigão sobrasse as velas do bolo, lado a lado. Com o Miguelito ele não tinha aquele egoísmo sincero que só se tem na infância. Dividia tudo com seu parceiro inseparável e até concedia o melhor lugar para ele ver o Pernalonga na TV, tamanha a consideração. A creche era para filhos de militares, então era um tal de entra- e -sai danado de crianças. Acabado o tempo de serviço naquela base, o adeus em forma de tchau era dado.
Eles foram se acostumando a perder os amiguinhos de vista, sempre ouvindo dos pais que o tempo deles aqui havia acabado. Era hora de mudar de escola, de lugar. Quem sabe algum dia não iriam se reencontrar?
Ano passado foi à vez do Miguel ir. A mãe percebeu pelo seu rostinho as lágrimas engolidas na despedida, a falta danada que o amigo ia fazer e a sua coragem silenciosa em tocar pra frente a vida, apesar da ausência do companheiro.
Essa semana seu avô materno morreu. A mãe não parava de chorar na missa.
De repente, bem de mansinho, ele chegou perto dela e disse:
- Ele mudou de escola, pois o tempo dele aqui acabou. Agora está em outro lugar.
Quem sabe algum dia você não vai encontrar novamente o vovô?
Ela parou de chorar e olhou para ele com orgulho.A vida nos faz perder tantas coisas, mas também nos faz ganhar outras tantas.
É só uma questão de inverter o olhar detrás para frente.

2005

*

SISSI

Rosa Pena

Quando eu nasci, a Sissi já estava lá em casa. Sissi, como a Sissi Imperatriz da Áustria.
Seu nome só fui saber quando já era moleca de sete anos. Como Severina não suportava o próprio nome, meu pai havia lhe dado este apelido. Papai tinha idolatria pela história da Imperatriz.
Já era parte da família. Fazia tudo em nossa casa, e fazia bem, feliz em servir.
Sissi era quem me contava histórias e, se eu fosse na dela, até hoje acreditaria em mula sem cabeça e em lobisomem. Estranhamente nunca tive medo de suas histórias fantásticas, e no final quem colocava medo nela era eu.
- Sissi, a mula está atrás de você!!!
Ela ficava que nem o Michael Jackson: branca!
Adorava fazer isso. Hoje, vejo com clareza que adorava tudo nela.
Ela tinha uma humildade absurda. Considerava um favor receber dinheiro em troca do seu trabalho. Era empregada doméstica, daquelas que moram na casa do patrão.
Acostumei-me a tê-la sempre por perto. Por ser a caçula da casa, era a sua protegida. Sissi era minha cúmplice nas travessuras, tipo jogar fora metade da sopa, roubar moedas do papai, dizer que estudei enquanto lia almanaques, passar trote no telefone para os meninos. Minha porta-voz nas mentiras infantis, meu álibi nos flagrantes.
Quando eu estava com uns dezessete anos, Sissi era vista por mim como uma senhora. Tinha trinta e dois anos. Quando se é adolescente, qualquer pessoa acima de trinta parece idoso, e além do mais ela tinha aqueles trintinhas acabados, vividos na área de serviço. Não há viço que agüente. Acho que até então nunca tinha usado xampu.
Mas, mesmo assim, arrumou um namorado nesta tal velhice imaginada por mim.
Então ela começou a se ver mulher. Comprava vestidos e diminuía o comprimento deles. Passou a usar batom e ganhou do namorado um cinto vermelho. Usava-o direto. Marquinho, seu namorado, era sambista e feirante. Tinha uns quarenta anos e um fraco por mulheres. Azarava todas.
Sissi começou a mudar seu jeito no trabalho e na vida. Como qualquer mulher apaixonada, ficou distraída. Sorria para a corda, achava a batata linda, a privada simpática. Chorava com o rádio e sofria igualzinho aos personagens das novelas. Mulher amando é foda (eu adoro esse estado, misto de choro e riso). Passou também a cantarolar cozinhando, e lembro-me bem do repertório: Matriz e Filial. Ela era uma filial assumida. Para quem não tinha nada na vida, aquele amor era tudo. Se bem que o amor é tudo, até para quem tem do bom e do melhor na vida.
O fato é que aos pouquinhos começamos a perder na hierarquia das prioridades de sua vida.
Meus pais sempre foram justos e não a pressionavam. Diziam que ela merecia viver a vida.
Um dia avisou que estava grávida, mas só avisou quando já estava de sete meses. Havia escondido o fato devido ao seu recato.
Eu já estava na faculdade e trabalhando. A turma toda lá de casa já não parava em casa.
O trabalho da imperatriz tinha ficado bastante reduzido, então papai perguntou a ela se queria ter o filho lá em casa. Ela aceitou.
Nasceu uma linda menina. Imagina o nome que ela deu?
Rosa.
Rosinha virou um pouco filha de todos nós. Todos apaixonados por ela.
Casei-me quando a Rosinha tinha três anos, porém, como sempre passei mais tempo na casa de meus pais, tentei supervisionar a educação da menina.
Na idade certa foi mandada para a escola. Fez o primário quase completo.
Eu cobrava dela o aproveitamento. A vida parecia que seria generosa com ela, e a certeza de que não ficaria com a barriga no fogão deixava-me feliz. Mas o destino encarregou-se de mudar o enredo.
Sissi sofreu um infarto. Acho que pelo desgosto de ser eternamente a filial, até de outra filial. Isso levou-a a querer voltar a sua cidade de origem, no Espírito Santo.
Lá se foi, levando a menina... Dupla perda para nós todos.
Tivemos muitas notícias no início, mas depois fomos perdendo o contato. A distância é um fato. Afasta.
Sissi e Rosinha viraram história em minha memória.
Seis anos atrás, apareceu uma moça na porta da casa de meus pais. O sorriso igualzinho ao da mãe. Rosinha estava de volta.
Sissi havia falecido, e a jovem veio tentar a sorte aqui.
Meus pais, já cansados e adaptados com outra pessoa, ofereceram hospedagem por um tempo, mas ela queria mesmo é trabalhar. Aceitei-a em minha casa. Mais como amiga do que como prestadora de serviços. Não a queria doméstica.
Falei que voltasse a estudar. Disse-me que a cabeça não ajudava, que pau que nasce torto não tem jeito, morre torto. Queria ser doméstica e ponto.
Percebi naquele instante que o Brasil havia mudado bem pouco.
E foi ficando, me assessorando, me acompanhando.
Sopramos juntas as quinze velinhas do aniversário de minha filha, sorriu comigo nas premiações que a vida ofertou-me e enxugou minhas lágrimas nas penalidades que esta mesma vida aplica.
Sempre juntas, mas na hierarquia a dona da gaiola sempre fui eu.
Agora, dia primeiro de maio, ela se vai. A história se repete.
Quer que sua menina nasça longe do pai, bem longe. Vai para o Espírito Santo.
Filme em série? Não quero Sissi parte três.
Quero que venha uma nova Rosa, um pássaro que voe longe, que não venha comer em minha mão.
Um pássaro que consiga voar bem alto. Assim acreditarei que o Brasil mudou.

22 de abril de 2004

*

CARTA AO REI

Rio de Janeiro, 28 de abril de 2004.

Roberto Carlos

Gostaria de abrir meu coração para ti, sendo absolutamente sincera contigo. Nunca fui tua fã incondicional, não fui a nenhum show teu, não tenho vinil nem cd do RC, até porque não o havia sentido como rei em meu coração. Quando eu era mocinha optei por bossa nova, MPB, Rock, Jazz. Tu já eras sucesso com a Jovem Guarda e eu achava as músicas desta galera por vezes chatinhas, até mesmo bregas, indefinidas para mim. Não as reconhecia como rock, nem como samba, nem como nada.
Não dei a devida atenção à tua poesia, nunca senti em tuas canções a tal “é uma brasa mora?” Quantos “nãos e nuncas” dizemos em confissões. Sempre, também usamos muito! - Sempre te amarei, nunca te esquecerei... Eta palavras danadas.
Realmente só fui descobrir os detalhes tão pequenos de nós dois, depois dos quarenta. Acho que antes eu corria demais para ficar adulta e atualmente quero que o tempo pare ou regrida. De uns anos para cá, andei revendo meus conceitos, minhas escolhas afetivas, até porque todo ser pensante pode mudar de opinião. Aliás, é bastante saudável, não achas?Acredito mesmo que ando em crise de existência, triste por ter valorizado em demasia coisas que de nada valiam e ter passado batida em coisas que teriam valido uma vida se vividas.
Mas faz parte do show dentro e fora do palco, os tais enganos com poucos ou muitos danos. Em alguns casos, gostaria muito de poder voltar no calendário. Impossível se faz. Em relação a ti, no entanto, posso tentar reverter. Confessar meus erros e tentar desabafar meu eu com teus versos.
Há tempo ainda de renovar minha fé que anda bastante cansada?Estou tão decepcionada com o verdadeiro sentido do amor. Quero muito ter amigos de fé. Quero perceber que convivo com irmãos que me estendam a mão e sentir que o mundo pode e deve ser camarada. Será que estou redondamente enganada?
Necessito amar sempre de todas as formas e maneiras. Quero voltar a sentir tesão pelo mundo. E te digo uma definição que ouvi de uma mulher: "Amor é feito de admiração e tesão".
Desejo voltar a sentir admiração por meu amado e espero que ele volte a sentir de mim.Assim manteremos acesa a chama da verdade de quem ama.Quando falo de amado, estou falando de amor em geral. Sejam amores amigos, novos ou antigos. Até dos amores loucos, não definidos ou assumidos. Será que estes sentimentos amorosos estão ultrapassados?
Acho que fiquei antiga, gasta, como o meu velho tênis e a minha calça desbotada, mas, no entanto persisto no sonho de encontrar um amante a sua moda, que nunca cairá em desuso, do tipo que ainda manda flores e trata a amada como eterna namorada. Onde acho?
Enfim, quero a cada amanhecer ver o nascer do sol, pedir um lindo café da manhã para dois, mesmo que seja light como os tempos modernos impõem, quero ter a certeza de que nada mais será em vão, que meu sorriso ou o meu pranto, apesar de contidos e elegantes, já que atualmente extravasar é "mico", serão sempre frutos das emoções que eu vivi, enquanto estive por aqui.
É pedir muito na aurora da vida? Talvez sim, mas sou poeta e a cabeça do poeta é repleta de sonhos e ilusões, sabes bem disso.
Se tiveres algumas dicas de como se consegue não perder as ilusões, coloca no próximo cd, pois este estará em meus preferidos.
Despeço-me de ti colocando a coroa em tua cabeça, coisa que já deveria ter feito antes.
Percebes que te curti a vida toda e não vi? Quanta vez será que isto fiz?
Um beijo de tua fã.

Rosa Pena

*

DESCANSOU ROSINHA?

ROSA PENA

Saindo para descansar...

Feriado na sexta, maridão resolve ir para casa que temos na região dos lagos. Bem... quem está acostumado já sabe como é!
Saio amanhã, crente que tô abafando e já começo desde hoje a juntar tudo que tenho que levar: carne e outros mais para o bendito churrasco, palito, mostarda, calcinha, cd, leite e todos os derivados.... e... sei lá! Amanhã, cedinho, acordo e depois de levar cinco horas tentando pôr tudo no carro, e ainda tentar entrar nele... Lá vamos nós... "É nois na fita".
Pego um engarrafamento de umas quatro horas, onde me empanturro de comer biscoito de polvilho com coca. Ouço minha filha perguntar cinqüenta vezes se vai demorar. Eu, com uma puta de uma vontade de fazer xixi... (sempre que viajo tenho vontade!), finalmente chego lá.
Encontro a casa sempre com cheiro de mofo, pois o caseiro acha que o termo "caseiro" significa "morar na minha casa". Começa, aí... a segunda parte do meu doce descanso!
Arrumo tudo e finalmente vou parar, mas já é noite; praia e piscina já eram... e meu marido já tá troncho de cerveja.
Tomo um banho e vou ver TV. Droga, não pega direito! Mando o Vanil, meu caseiro, subir no telhado para ajeitar a antena e fico gritando da janela: "mais pra esquerda... pára agora... não! vira!...". Minha filha aparece com uns dez adolescentes esfomeados, que liquidam com meus víveres do fim de semana.
Sexta, de novo, não vou à praia... Vou ao supermercado repor tudo que levei. Quando chego suada, de novo, o maridão calibrado! Feliz da vida. E se repete a cena dos amiguinhos me chamando de tia, e eu louca para dizer que não sou tia deles, pois seus pais não são meus irmãos... tá!!! Rezo para o dia acabar.
Chega sábado, estou liquidada. Entalada de ver carne, os pés doendo de tanto ir da cozinha para varanda. Piscina... nem vi!
Domingo... hora de voltar... Guardo a tralha toda... Pego mais seis horas de engarrafamento e chego aqui. Ainda tenho que pôr na geladeira os restinhos que sempre sobram e que depois vão para o lixo... Ninguém come aqueles restinhos. Separo a roupa suja. Olho pro meu marido e ele diz:
- Viu como foi bom você ter ficado longe do micro? Descansou Rosinha!
"É, dona Jura.... Né brinquedo não!"

*

Rosa, Rosae, Rosarum...

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Yara Nazaré

 

 

 

*

 


Obrigada, pela sua visita!
Yara Nazaré