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ALBERTO PEYRANO
(Página editada em 2002)

 


In memorian


Alberto Peyrano, desde criança já demonstrava seu refinado gosto por carros
e não abria mão de se deixar fotografar em um dos modelos automobilísticos
de sua preferência. Vejam-no na foto:



Cedo, desenvolveu um gosto apurado pelo teatro, pela música e pelo canto,
tendo participado de várias apresentações teatrais e como solista infantil,
na igreja da sua cidade natal.




Alberto, reside em Buenos Aires, é graduado em Psicologia e Astrologia,
psicanalista, músico, poeta e excelente cantor. Nasceu na província de Santa Fé,
na Argentina, em 14 de junho de 1945, educado sob forte tradição da família e
da cultura, desde criança, já demonstrava aptidão para a música e o canto,
atuando nos eventos teatrais na sua província e cantando como solista
infantil, na igreja local.



É uma pessoa dinâmica, de grande e bondoso coração, amigo dedicado,
com um rico currículo na arte, música e na literatura, com vários livros publicados
e participa atualmente e efetivamente, de vários eventos literários e musicais,
na Argentina, Brasil, México, Chile, Estados Unidos, Portugal e Espanha.


Eu e meu marido conhecemos ALBERTO PEYRANO pessoalmente,
em Buenos Aires, em julho/2003, quando lá estivemos de férias.


(Meu marido, Alberto e eu, em Buenos Aires/Julho/2003)


(Alberto Peyrano, eu e meu marido, em Buenos Aires/Fevereiro/2007)

 

POESIAS DE:

ALBERTO PEYRANO

(Autorizada a divulgação, pelo autor)

 

TANGO FINAL



Final...
final sem conseqüências,
final sem desacordos,
Final...

Depois... não sei
Virá uma incerteza
ou uma verdade.

Estou
ao ocaso de uma paisagem
sem sol,
que não tem luz à sua volta
só um final.

Ontem
tivemos nossa quota
nosso tempo
ontem...

Depois... talvez
perdemos o rumo
sem nada compreender

Ontem,
Fundi comigo nas minhas cinzas
sentindo
que eu ao fim perdi tuas mãos
sem aprender.

A rua é um preto túnel
que abrigou minha realidade,
é o rumo dos anseios
quando procura se aquietar.

É vendaval das almas
que estão sozinhas e ao azar.
A rua é minha velha amiga...
Vou sair...
já é tempo de crescer com minha verdade.

 

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O DESESPERO PROFANO

 

Por essa janela ouço passar o tempo...
Ontem era nunca... amanhã é sempre...
Não ser temporário que efêmeramente
arrebata a consciência
num eterno baixar de pescoço
que a nada conduz,
onde o passo dado
é um cego desafio para o nada...
E o pescoço volta,
permanentemente....
querendo pegar... o que?
Desfrutar um pouco mais o que já passou?
A roda colossal dos três ponteiros
se afiança em cada instante
que equivalem a séculos
ou talvez a eras
para os quais não encontramos mais significado
do que um inseto
lhe daria em meia hora...
Enquanto o corpo é lançado
para o infinito e temido o novo instante
transitando seu caminho para o final,
em eterna desobediência
a alma
desanda sua senda inutilmente.
O centro luminoso do sincrônico
medita só a conexão com O Divino,
com o permanente,
com o que não foi nem será
mas que é.
Se o velho Cronos
deixasse de dar voltas eternas
à sua ampulheta de cristais já embaçados,
não ganharia o homem
mais do que o desespero profano
ao perder as referências
de seus espelhos irremediáveis.

 

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O GRITO DA AMAZÔNIA

 

Amazônia, mãe amada!
Grito vital da terra
Que clama sua grande dor.
Hoje a onça agonizante
O rosto do índio lambeu
E se abraçaram as árvores
Chorando por teu martírio.
De Manaus a Porto Velho,
De Macapá ao Xacurí
Surge uma voz entre sombras
Que alerta a Humanidade:
"Filho, estou dolorida"!
"Filho meu, cuida de mim"!
Só a metade consciente
Dos teus filhos, escutou.
Só a metade que sente
Tua tristeza e teu penar.
A outra metade, arrasa
Tua riqueza natural.
A outra metade só escuta
A música material.
A noite traz a Lua
O rio se põe a dormir,
A selva vela em silêncio
Esperando o que há por vir...
Enquanto o índio e a onça,
Irmãos no sofrer,
Secam suas lágrimas vãs,
Abrindo as veias da alma
E regam teu velho solo
Com dor, sangue e amor.

 

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ALMA POMBA

 

Voa minha alma inteira ,
Pomba que acordou na tarde
Sobre a beira do mar.
Tem o seu voo errando
Pois perdeu a orientação
E andando por esses céus
Já é uma nuvens más.
Embora quiser voltar
Ao velho cais do qual partiu
Minha alma já não poderia
Nunca jamais retornar.
Pomba que na tarde voa
Sem rumo, sem descansar.

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SAUDADE


Abraça-me nos seus braços
Provocando em mim
A fome daquilo que não pôde ser

Canta-me seu canto
Tangendo aos meus ouvidos
A triste canção de adeuses do ontem

Beija-me com beijos de amantes
Com risos de antanho
Com tardes do sertão
Que ontem percorri

Sopra-me aos ventos para aqueles
Aos que entreguei
A esperança vã do meu coração.

Traz minha infância
Minha primeira namorada
Meus velhos avós que não voltarão.

Pinta-me nos olhos
As árvores quietas
Sob cuja sombra foi
Embora minha infância.

A saudade invade,
A saudade mata,
Ela é a serpente que afoga a fé.

 

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O PECADO ORIGINAL

 


Incinero-me em mil sóis
quando intrépido saio
para o labirinto vão de almas sem encontro.
Além, o horizonte,
Sem se perfilar, arrisca a sua permanência.

Contudo, a minha lágrima
me diz que algum dia senti
este ser humano que hoje rodeia
a minha existência.

Desouço as vozes absurdas
que querem me deter e anular.
Vibro em mil corações,
em milhões de gargantas que não gritam,
em ruídos e confusões de angustias cotidianas
que em vão buscam a descarga.

Estamos todos sob o céu
sem levantar a vista para vê-lo!...
Nossa brasa vital
poderia encontrar a eternidade nesse gesto!

Nosso presente,
feito de pés apressados,
de mãos remexendo os bolsos,
de não saber quem tenho a meu lado,
perde a eternidade a cada instante.

 

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Obrigada, pela sua visita!
Yara Nazaré