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* IN MEMORIAN
Apresento esta página de poesias da minha querida amiga, MARIETE MARCONDES que demonstra em cada verso, a sua sensibilidade, lucidez e grande talento poético!
Com carinho
YARA NAZARÉ


(Mariete e eu, no aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, em 2003)

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ATÉ UM DIA, QUEM SABE...

(Mariete Marcondes)

Nosso amor viveu entre todos os elementos,
Morreu de amor em todos os momentos,
Para renascer das cinzas para a eternidade.
Fica em nós a saudade do que não aconteceu,
Mesmo porque a despedida fez-se presente,
E mesmo distante ainda sinto seu calor,
Sua despedida entre sussurros de amor,
Um até um dia, quem sabe...
Um aperto no peito, soluço sufocado,
Mãos vazias, corpo gelado,
Inerte, sem ação dessa nossa separação.
Até um dia, quem sabe...
Essa saudade vai alimentando meu coração,
Carente de seus abraços, nos laços da dor.

Quem sabe...Um dia, o esperado amanhecer.
Venha iluminar esse nosso viver.
Vou partir, para bem dentro de mim,
Tentar alimentar seu olhar de menino,
Seu corpo quente, macio, forte,
Quem sabe, lá no fundo enfim,
Eu encontre você por inteiro, guardado,
Esperando o momento certo para a morte
Dessa separação, e até um dia, quem sabe...
Não tenhamos mais distância nem saudade.

 

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CORTINA DE FUMAÇA

 

(Mariete Marcondes)

 

Névoa esmaecida, perdida dentro de mim,
Lembrança de um olhar apagado,
Carinho sem toque, beijo desejado,
Certeza do começo desse triste fim.

Cortina de fumaça, encontro cancelado,
Distância de corpos, presente o pecado.
De amar em silêncio. Nosso momento,
Virou tormento em sua estupidez
De adiar nosso encontro mais uma vez.

Saudades de você, nem sei do quê!
Nem ao menos o que recordar.
Dentre todas as coisas que sinto,
Só lamento não lembrar de um só abraço,
De um carinho sequer.
Coisas de mulher,
De sensualidade à flor da pele,
E você, ah...Você me repele.
Sua imagem vai sumindo,
Desse amor infelizmente vou despedindo,
Até que essa cortina de fumaça
se desfaça.
Dissolvendo assim esse sonho lacônico,
Lembrança irreal, anormal
De um amor platônico.

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LUA AZUL

(Mariete Marcondes)

Perdidamente apaixonada
lua estrelada, assanhada,
deitada entre astros excitados,
corpos sujos, poeira cósmica,
envolta entre deuses em constante masturbação.
Lua virgem, virgindade de anil,
luta por sua pureza nesse covil,
mas entrega-se ao deus Olimpo
entre nuvens de prata e espuma
e nesse mar de erotismo faz sua cama.
Lua azul, entre chuva de carinho,
beijo molhado, seio durinho, sonhando em seu ninho,
deusa negra, Lilith, que importa.
Abra sua porta para o amor,
estrelado, divino, sonhador.



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LOUCA VISÃO DO SEU INTERIOR

(Mariete Marcondes)

 

Quero olhar lá no fundo do seu olhar,
quieta, séria e só observar...
Seu interior, os ossos em sua face,
sem que nada disfarce o seu verdadeiro eu.
Quero entrar no seu pensamento,
e por um momento, respirar do seu ar.

Quero ver seus braços em abraços,
como você é por dentro.
Mergulhar nessa incrível sintonia
desse mistério a desvendar, sem ironia,
despir todos os seus poros,
sentir o esqueleto comum entre nós.
Somos iguais, eis a grande diferença,
e não há crença que desfaça essa tese,
e por mais que se pese,
somos até parecidos ossos mutantes,
mudanças constantes, seres errantes.
Vejo você por inteiro, sem cabelo,
sem cor no olhar, cheiro de lodo,
embora no leito você uiva feito lobo.
Somos ossos sem uma carcaça
que transforma esse nosso ser em fumaça,
em pó podre, sem tórax perfeito.
Observo outro casal na lua dourada,
doce caminhada até tocar o céu da boca,
amarga, insossa, sem língua, sem saliva,
nariz em um só buraco, arrebitado,
cheio de cravos, branco, preto, achatado.
Vejo você como é realmente, nu e puro,
em lugar claro, quarto escuro,
nada faz diferença nesse louco olhar.
Somos esqueletos mutantes,
caveiras errantes,
aguardando uma cova para deitar...
um espírito para voar, renascer e voltar.

 

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FELIZ   IDADE



(Mariete Marcondes)



Idade da loba, tempo de liberdade.
idéias que chegam picadas,
misturadas a saudade,
olhos brilhantes, lágrimas derramadas.

Acabou o tempo, sofrimento, lamento.
Começou a idade da esperança, criança.
Não o quero mal...
Apenas não o quero mais...
Solto a imaginação no espaço,
sem tormento,
fecho os olhos em você, todo meu...
nem que seja por um dia apenas...
sou sua inteira, faceira, arteira,
feiticeira das minhas ilusões.
Minha espuma, meu sonho encantado,
eterno amante, delicioso namorado.

Estou assim, mergulhada em água leve,
e breve ter você em mim,
seu colo, seu carinho assim.


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LUGARES E DESEJOS SAGRADOS

(Mariete Marcondes)



Autores: O Sagrado e a Profana
Beijos sagrados em algum lugar precioso e adorado.
Beijos profanos dados em alguma cama em algum sonho.
Beijos demorados correspondidos em algum lugar do passado.
Beijos sagrados em meu coração
Beijos profanos em sua boca numa banheira de espuma.
Beijos sagrados em sonhos profanos.
Beijos sagrados, beijos respeitosos e descaradamente profanos.
Lugares e desejos sagrados a espera dos seus carinhos deliciosamente profanos.

 

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EU CREIO


(Mariete Marcondes)



Onde há sabedoria, não há ignorância
onde há compaixão, não há desprezo
onde há alegria, não há tristeza
onde há um sorriso, não há melancolia
onde há luz, não existe escuridão
onde há brigas, não existe afeto
onde há ameaças, existe o medo
onde existe o medo
existe a falta de coragem
onde existe a coragem,
existe a fé em Deus.

Onde existe Deus,
não há lugar para o receio
onde existe luz,
não se fica na escuridão
onde há água,
não se morre de sede
onde existe um olhar,
conhece-se a alma de uma pessoa.

O olhar pode ser de um cego,
mas é o espelho da alma.
onde existe a determinação,
não há lugar para o desânimo.

Onde existe uma criança,
uma grande esperança
de que Ele acredita em nós.
Onde existe o amor, não existe ódio
porque o ódio é dureza de coração
ódio é descrença em Deus
ódio é medo.

Ódio é o não perdão,
mas onde o amor existe, o perdão permanece
a mão se estende.....
as lágrimas lavam a alma, as purifica
e Deus se compadece da sua dor.
Quem é mais sábio?

Hitler com seu ódio, ou
Ghandi com seu amor?
Sadam e tantos outros com sua tirania, ou
Madre Tereza de calcutá com sua humildade?
Um ser humano qualquer, mas doce, ou
um pós graduado vingativo?
Aquele analfabeto que abre mão
de seus desejos para dividir
sua vida, seus sonhos, suas alegrias.
Onde há sabedoria existe um dedo de Deus
onde há sabedoria, existe a voz do coração.

Onde há sabedoria,
existe sempre a fé, a esperança
porque o mundo desmorona, onde não existe fé.
Onde existe a força como arma,
onde o domínio se faz presente,
onde o medo ameaça a paz,
onde a tristeza torna o mundo cinza,
onde há luz não consegue entrar.

Onde há agressão física ou psicológica,
existe uma defesa
seja por segurança ou por medo.
Onde existe amor, não há lugar para o ódio.

O Pai não escolhe seus filhos,
e na maioria dos casos,
não merecemos Seu amor.
Onde há ódio,
existe medo, e o medo gera insegurança
a insegurança gera amargura,
na amargura renasce o medo.
Onde existe amor, não existe ódio.

Medo? Tive, tenho.....
Quem não os tem?
Pouca fé? Não....
Confio no meu Deus!
Medo da loucura do homem
mas não fujo jamais.

Jesus também sofreu tantas ameaças,
mas não fugiu.
Sua palavra foi única até o fim.
Não seria ninguém se não mantivesse minha palavra.
Força, fé, determinação,
luta, trabalho, esperança.
O bem vence o mal
o bom vence o mau.

O carinho adoça um monstro
um beijo acalenta a alma
um sorriso seca uma lágrima
um olhar apóia um gesto
um abraço esquenta o corpo,
mas só o AMOR
sustenta a vida, Levanta!



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ENTRE AS ONDAS


(Mariete M. Ferraz Lanzoni)


Sou fêmea explosiva, delicada, impulsiva
sou água ardente de paixão.
Uma cadeia de emoção,
um gosto de pecado, num amor censurado.

Corro entre as ondas maliciosas,
tiro o suor desse meu corpo delgado,
nessa espuma que é meu pecado.
Sinto seu cheiro de macho pedindo amor
sinta o mar gelando esse calor.

Calor de sol, amor de loucura,
paixão desenfreada,
galopando entre as nuvens, sonhando
com minha manada, sendo cobiçada
desejada, amada....
Assim galopo em sua direção.

Acordei, foi só um sonho meu...
Era a magia do mar, a loucura da lua.
O que eu queria, não aconteceu...
quando dei por mim, eu estava nua.




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O PIANO E A ROSA
(Mariete Marcondes)

Ai... me toca, me roça,
mata-me de prazer...
esse corpo gelado,
no meu corpo suado,
floresço, sinto-me renascer.
Sou perfume veneno,
você desliza me enlouquece.
Da beleza tenho o dom supremo
meu espinho acaricia
e você não me esquece.
Transpiro, sinto-me quente
você escapa, mas não me abandona.
Respiro, viro mulher ardente
seu corpo diz que me ama.
Um toque de mão
tremo de emoção
você toca e faz prosa
juntos por mais uma noite nesse ano
eu, sua eterna dama rosa
você, magnífico e sensual piano.

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Obrigada, pela sua visita.
Yara Nazaré