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IN MEMÓRIA


Ao Maestro Martinez, a minha homenagem!


Maestro José Geraldo Martinez.
Músico, arranjador, produtor fonográfico, escritor, poeta, cronista, compositor com mais de 150 obras gravadas e editadas.
Tem a música como sua inseparável companheira. Música e poesia fazem parte da sua vida, desde os tempos da sua infância e adolescência na bucólica cidadezinha de Araçatuba onde nasceu.
Depois de andar muito pelo Brasil, retornou a sua cidade natal. José Geraldo Martinez, é filho da grande poeta, Mercília Rodrigues e do Sr. José Rodrigues.

PESADELO!
José Geraldo Martinez


Meu amor, eu queria tanto
que este desencanto acabasse um dia!
E secasse de mim todo pranto e me trouxesse
a alegria que eu não tinha...

Que voltasses pela mesma porta que saíste!
Com os olhos cobertos de saudade...
E que fosse um sonho que ainda existisse e
fosse outra a realidade!

De mim nunca te apartaste...
Mero pesadelo!
E que feliz eu acordasse
com teu carinho em meus cabelos!

Meu amor, eu queria tanto que fosse mentira...
O teu adeus a queimar o coração!
Ainda que a verdade minha alma fira,
ao mesmo tempo que me abranda esta ilusão...

Eu queria tanto seguir me enganando!
Assim, os dias passariam e eu mal via...
Ficaria o tempo todo te esperando e,
de velho, assim morreria!

Porém, sei que tu não voltas!
E esta certeza me faz definhar aos poucos...
Sem esperança, esqueço aquela mesma porta,
quando saíste e me deixaste morto!

Jogaste a chave fora!
Deixaste-me em vil prisão...
A minha alma rasgaste sem querer,
pisaste sem pensar em meu coração!

Vivo no completo esquecimento!
É tão algoz o próprio tempo a passar...
Vivo em horas lentas!

Não consigo te esquecer!
A saudade logo se reinventa...
Na ilusão inútil de te encontrar!

28/4/2011


2. TÃO LINDO...
José Geraldo Martinez

Tão lindo é o nosso amor...
Que nos aquece, alegra e acalma!
Linda canção e louvor,
uma igreja postada em nossas almas!

Tão lindo é o nosso amor...
Contrito na fé de nossos corações!
Construído sobre rocha e fervor,
de nossas benditas comunhões...

Feito para vencer...
Tal qual Daniel, os leões!
E, na eternidade, florescer
sobre as fugazes paixões...

Bendito é o nosso amor!
Que nos deu frutos bem tratados...
Filhos que nos cobrem de orgulho,
pelo Pai abençoados!

Amigos tantos...
Conosco integrados!
Na crença ao Pai, meus irmãos,
em nossa fé, resignados...

Netos queridos!
Que nos mantém de amor rodeados...
Uma bandeira da paz hasteada,
em nossa alma como legado!

Tão lindo é o nosso amor...
Quase que santificado!
Não fosse por amar mais que a tudo,
não viveria em pecado...

29/4/2011

3. VOCÊ...
José Geraldo Martinez


Você é a própria saudade...
Contínua e angustiante!
Tanto que minha alma invade
ao lembrar do ontem!

Você é chuva que cai
pelas noites silentes e escuras...
É o aroma das flores que vai
serpenteando as largas ruas!

A lua na amplidão a banhar de prata o chão!
O lago com estrelas em contemplação,
o sereno que a noite triste chora...
O sol a brindar a aurora!

Você é primavera bordadeira,
sobre o verde das cabeceiras
pelas serras adormecidas...
É o rio corrente a beijar as pedras,
criança a correr cheia de vida!

Você tem a suavidade outonal,
a leveza das folhas ao relento...
O cheiro do laranjal,
explodindo de flores ao vento!

Você é a própria saudade...
Música no final de tarde!
Violão perdido na praia,
onde as palmeiras balançam as saias!

Você é beijo adolescente...
Com toque de mulher caliente!
Misto de senhora e menina,
das manhãs as neblinas...

Lágrima quente no meu rosto,
a beijar os meus lábios com gosto!
A própria saudade enfim...

É a parte minha que levou consigo...
Ambos sem abrigo!
Esqueceu, porém, a sua parte aqui comigo...


02/5/2011


4. PAGO O PREÇO!
José Geraldo Martinez

Eu quero dizer que eu não vivo sem você!
É isto que gostaria de ouvir?
Rendo-me então!
Entrego-lhe a alma e coração...

É tempo de se vingar!
Estou completamente apaixonado...
Fui pego de surpresa ao longo deste tempo,
o amor mudou de lado!

Vingue-se agora!
Pelas tantas vezes que as costas eu lhe dei...
Vingue-se, sem demora,
pelos tantos abandonos que lhe causei!

É tempo de se vingar!
Por tantas noites insones que passou...
Pelo ombro que lhe faltou,
o colo que a você eu neguei!

Não tenha pena!
Chegou a sua hora...
O amor arde em meu peito,
a solidão bate em meu leito, senhora!

As lágrimas me banham o rosto!
Sofro de arrependimento...
Tem todo o direito
de ferir-me aqui dentro!

Quem diria que seria você
a enlouquecer-me um dia?
Nunca imaginei
aquela que nunca pensei...
Quem diria?

Pago a minha pena...
Resignado!
Faça-me sem piedade,
como um dia eu fiz...
Condenado!

É sua hora!
Não deixa falar o coração...
Vinga-se, senhora,
estou na palma das suas mãos!

Sofro a sua ausência...
Como sofre de amor um desgraçado!
Sangro a alma de pura carência,
em ter você ao meu lado...

Sofro todas as dores que o mundo carrega e
de amor estou famigerado...
Sou trapo humano, não tenha dúvida,
tombado aos seus pés humilhado!

Estou pronto, senhora,
não demore!
A ser por você crucificado...
E, se me perdoar,
ainda me desejar...
Venha agora!

Sempre há tempo para um recomeço
ou para um fim, se eu mereço!
Tenho a culpa de todos os condenados...
Pago o preço!


03/5/2011


5. COMO ANTES...
José Geraldo Martinez


Minha filha, meu doce...
O tempo passou e mal vi!
Bom se criança ainda fosse,
correndo como antes por aqui...

Seus ursinhos seguem enfileirados...
Parecem esperar um dia você voltar!
O seu quarto da mesma forma arrumado,
parado no tempo a esperá-la.

O seu diário ainda a pouco descobri...
Juro, filha, respeitei e não o li!
Teriam segredos guardados?
Sonhos lindos sonhados ?

Meu amor querido,
os pais são sempre votos vencidos!
Querem o mundo buscar...
Resta-nos a tal síndrome do ninho vazio,
a sensação eterna de que possa voltar!

Pareço mesquinho?
Torço que pense em seu namoradinho,
apenas para que volte aos braços meus...
Quem sabe gostando do garotinho,
eu pegue carona num carinho,
com um abraço quentinho seu?

Filho é do mundo?
Imagina!
Lutamos tanto para cuidar de você...
Que raiva, parte num segundo e nem
a percebemos crescer!

Hoje na Faculdade...
Sente saudade?
Tão grande assim, como nós?
A ponto de escutarmos em nossa casa, por vezes,
o eco da sua voz?

Lembra-se das nossas farras?
Dos seus cantos e falas,
histórias tantas vividas...
O seu cachorrinho "querubim",
a buscá-la pelo jardim em horas de tardes compridas?

Meu doce, meu amor...
As largas ruas de nosso bairro...
As noites de lua no verão...
Lembra-se do medo que tinha
das histórias de assombração?

A coca-cola que gostava,
um lanche de hamburguer com bacon...
Saudade, filha, eu confesso,
queimando aqui dentro do peito!

Minha filha, meu doce...
O tempo passou e mal vi!
Bom se criança ainda fosse,
correndo como antes por aqui...


04/5/2011


6. NÃO ME IMPORTA!
José Geraldo Martinez

Não carrego qualquer culpa...
Tão pouco o remorso me insulta
em não amar mais que pude,
não mais do que eu devia...

E, te amando assim,
por anos tantos e sem fim...
Sem culpa,
amar-te-ia por mais um dia!

Não levarei em meu peito frio,
quando a vida de mim se despedir,
qualquer presença de vazio
do amor quando eu partir!

Deixarei saudade...
Levarei saudade!
Nada que me arrependa...
Senão o meu tempo vencido!

E, se mais mil eu tivesse,
e essa certeza houvesse
de outras vidas por vir...
Tornaria outras tantas contigo!

Não me importa se me retribuas!
Dou o que sinto de alma pura...
Sem nada pedir ou cobrar!

A fartura do amor que eu te ofereço...
Ah! Mulher, não tem preço...
Basta que eu possa te amar!

04/5/2011


7. VOCÊ É LINDA!
José Geraldo Martinez


Tu és tão linda senhora...
Não consegues enxergar?
A doçura que tens quando sorris,
a meiguice que transborda em teu olhar...

Tu és incrivelmente linda!
Ainda que sem te arrumares...
E nem te percebes, senhora,
quando no espelho a te contemplares?

Traços que mostram uma vida
marcada de lutas vencidas?
Os sonhos que eu te entrego no colo,
que me foram de eterna guarida...

Quando te vestes...
Arrancas-me ainda arrepio!
E teu cheiro de absinto...
Apura-me o instinto esta loba no cio!

Tuas mãos quando me tocam...
Meus pecados invocam, amada minha!
E, ao teu gozo, entrego-te ao céu, mulher que amo...
Com minha alma inteirinha!

Não percebes a tua sensualidade?
O poder que ainda tens nas mãos?
Quando me vês, ainda submisso a teus encantos,
resignado e tal qual um cão?

Não confias em ti?
Na leveza que carregas no coração.
Teu corpo, nem me lembro, esqueci...
Vejo além da carne que me entregas com paixão!

Mulher, tu és linda!
Tanto, tanto, tanto...
A mim seja sempre bem-vinda, que o tempo
ainda
não conseguiu roubar teu encanto!

09/05/2011


8. ESPEREI TANTO...
José Geraldo Martinez

Esperei tanto tempo, meu amor,
para que um dia eu pudesse te encontrar...
Foi tanto que andei, por favor,
deixa-me nos teus braços descansar!

Foi longa esta espera e por
quantos espinhos eu pisei...
Também nas doces quimeras,
que um dia ao teu lado sonhei!

Machuquei meu coração!
Ele nem merecia...
Não era mais meu e foi em tuas mãos,
que o entreguei um dia!

Por quantas noites longas eu passei...
Contando as horas para um reencontro!
Sem dizer o quanto chorei
em meus repetidos desencontros...

Esperei tanto, meu amor...
Até me esqueci que o tempo passa!
E os traços da velhice descobri
na janela a te buscar pela vidraça...

Foram tantas luas neste tempo e
sóis perdidos pelas alvoradas...
Nenhum recado sequer trazido ao vento,
no vazio que serpenteiam as calçadas!

Tantos beijos de casais que passavam
a comungarem um amor fiel...
Pela noite onde eles se amavam,
com milhões de estrelas a bordarem o céu!

Nada de você!
Esperei tanto, meu amor...
Eu me esqueci até de te esquecer,
para te encontrar um dia, seja onde for!

Penso se o que desejo é impossível?
E te encontrar seria perfeito demais...
O que sei é que não existe um amor tão sublime
por entre os mortais!

09/5/2011


9. EU TE AMO...
José Geraldo Martinez

Por que eu te amo?
Existem milhares por aí...
Meu amor, eu não me engano,
nunca foste um segundo plano,
foste tu quem escolhi!

É tão fácil explicar!
Esse tanto querer em te amar,
faz-me completo e pleno,
com os pés tocando o chão...
Nesta hora é que eu te entrego
a alma doce que carrego,
na palma das tuas mãos...

Também os sonhos reais são vividos
e vivo no céu contigo em
completa comunhão...
Por Deus eu rezo e bendigo:
Eu tenho um amor amigo,
livre de qualquer ilusão!

Por que eu te amo?
É pela forma que me tratas,
o carinho que relatas,
nas atitudes que tens...
As mãos que as minhas angústias carregam
são tuas que me entregam...
Bendigo:
De mais ninguém!

A forma que me abraças,
a ternura que me passas,
todos os dias sem demora!
No aconchego do teu peito,
faço ali meu próprio leito,
sou menino nesta hora...

Por que eu te amo?
Pela pessoa que és...
Quando tombas? Cais em pé!
Redime qualquer fracassado!
E desta forma tornei-me forte,
um homem mais determinado...

Eu te amo, porque te amo...
Amar-te-ei até o fim!
E te amando desta forma me conforta,
deixo qualquer aventura morta...
Amo também a mim!

11/5/2011


10. TANTOS ANOS...
José Geraldo Martinez

Tanto anos se passaram...
Quando de nosso casamento!
Apenas a saudade é que ficou...
Ah! Tempo...

Não foste tu convidado!
Ainda assim te fez presente...
Desde o nosso noivado,
ao nosso amor adolescente!

Eram lindos aqueles dias,
os sonhos fremiam na gente...
E a jura de um altar confirmado:
"Para todo o sempre."

Que eu me lembre era no riso e na dor...
Na saúde e na doença!
E chegas tu, sem temor,
a mudar nossa crença...

Arrancaste meu amor?
Justamente na doença...
Até nas minhas horas de dor,
chegas marcando presença!

Ah! Tempo ingrato...
Devias ter mais paciência!
Nos amores marcados de alegria
podias marcar ausência...

Ainda assim continuaste
na saúde a tua sentença...
Partiram os filhos para as suas vidas,
não tiveste qualquer clemência!

O ninho vazio...
Minha alma só numa espécie de cio!
Um quarto grande e arredio,
saudade que arrebenta...

Resta-me um papel sem valor!
Um tipo sem graça de purgatório...
Assinaturas que o destino consagrou,
nos livros de um cartório!

Ah! Tempo ingrato...
Devias ter mais paciência!
Nos amores marcados de alegria,
podias marcar ausência...

10/5/2011

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MÚSICA NO FINAL DA TARDE
Autor: José Geraldo Martinez


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Yara Nazaré