Continuação
da série,
"BAÚ
DE RECORDAÇÕES",
com
a ciranda, "NOSSA
FAXINA", agradecendo
a todos os autores, pela brilhante
participação.
Com
carinho.
Yara
Maria
********
FAXINA
(Yara Nazaré-26/02/04)
Voltei ao velho sótão
Fiz uma faxina completa
Removi toda a poeira
Dos resquícios de tristeza
Que no passado remoto
Fizeram-me chorar.
Abri todas as janelas
Deixei entrar a luz do dia
Escutei da brisa suave
Um murmúrio em melodia
E renovei o ar com alegria.
Troquei as velhas cortinas
Desbotadas pelo tempo
Espanei teias de saudade
Nos objetos guardados
Nas gavetas da mesa
Delas retirei os cacos
Das ilusões e lamentos.
Nos diários encontrados
Folheei páginas amareladas
Rasguei as tristes anotações
Deixei somente os registro
Dos bons momentos vividos
E das boas recordações.
Renovei o ar mofado
Com gotas borifadas
Do olor da esperança
Ao findar a limpeza
Contemplei a minha obra
Com um sorriso benfazejo!
*********
TEMPO
DE FAXINA
(Luísa
Fernandes-26/2/04)
Chegou
a Primavera,
O
sol cintila
O
ar renova
Os
perfumes a hera
Os
pássaros pipilam.
E
dentro de casa
Há
regeneração…
Troco
cortinas
Pinto
paredes
Retiro
os quadros,
Corro
de um
Para
outro lado
Tal
formiga diligente.
Tudo
me serve de recordação
As
fotos da família
Sobretudo
dos que lá vão…
Mas
a saudade atenua
Pelo
carinho que dedico
À
limpeza dos trastes
Que
acumulei
Arrumei
Guardei
Sem
utilidade…
Chegou
a Primavera,
E
me encanto
Diligentemente
limpando
A
saudade
Tal
aranha que enreda
Meus
pensamentos.
Respiro
o ar depurado,
Meu
coração alegre
Bate,
bate, entoa:
“É
Primavera,
Tempo
de namoro…”
Mas
que tesouro
De
estação…
Abro
a porta e as janelas
E
vejo nelas
O
baile das borboletas,
O
desfile nupcial das aves…
E
me revejo
Adolescente,
Correndo
de um
Para
o outro lado…
Apaixonada
não por ti
Mas
por toda a natureza
Que
faz a limpeza
Nas
nossas almas…
Chegou
a Primavera
Serena
Com
ela o encanto
Da
limpeza do recanto
Desta
minha alma…
**********
HÁ
VÁRIOS TIPOS DE LIMPEZA...
(Vanessa
Graça-26/2/04)
Há
a limpeza da casa
Em
que o pó se acumula
Que
é preciso limpar
Para
alergia não nos causar.
Há
limpeza da memória
Em
que as pessoas perdem os sentidos
E
que não conseguem pensar,
Só
nos fazem inquietar.
Há
limpeza da tristeza
Em
que as mágoas são
sugadas
Pelo
sabor da paixão.
Há
limpeza da saudade
Quando revemos um conhecido
Há
um tempo “desaparecido”.
Há
limpeza do coração.
Em
que a nossa mente voa
Na
nuvem do amor
Cheia
de sabor incolor.
É
a partir da limpeza
Que
se pode fazer uma pessoa sorrir
E
sentir o bom que é
viver,
Respeitar
E
amar.
********
FAXINA
EM MEU CORAÇÃO
(Edna
Liany Carreon-26/02/2004)
Hoje resolvi fazer uma faxina
em meu coração...
Retirei dele, a tristeza,
às velhas recordações
e também a ilusão...
Decidi faxinar as desilusões
e dar lugar à esperança
e às novas emoções...
Percebi que foi um grande
alivio
depois que a faxina terminou...
Sinto agora meu coração
mais livre bater,
leve, querendo novamente viver...
Olho ao meu redor e sinto,
a natureza a sorrir,
o sol voltou a brilhar e até
a chuva fina,
o meu rosto molhar...
Agora, posso outros caminhos
percorrer...
Pois entendi que a vida...
Essa dádiva divina,
me foi dada,
para que eu possa viver...
(ednaliany@superig.com.br)
**********
FAXINA
(Thereza
Mattos-São Paulo, 26-02-04)
Triste e cinzento ,
O dia amanheceu chuvoso
Abri as janelas e fiquei triste
O Sol se escondia preguiçoso...
-Acorda Astro Rei
Vem esta terra iluminar
Não nos deixe assim
sem luz
Vamos, venha nos alegrar!
Mas a chuva continua
Mansa, leve e muito fina
Não vou poder passear
Só me resta uma faxina...
Subi ao sotão tão
amigo
Que guarda as recordações
Dos velhos tempos antigos
Das minha velhas emoções...
Comecei a procurar
Algo que ficou no passado
Queria com isso apagar
Tudo que me havia magoado...
Abri todas as gavetas
Achei tuas cartas perfumadas
Já quase apagadas as
letras
Mas viva ainda, a palavra
"amada"
Chorei então de saudade
Tornei as gavetas fechar
Quem sabe se a felicidade
Ainda volta a me procurar!
***********
A
FAXINA DA PRÓXIMA VÍTIMA
(Schyrlei
Pinheiro)
Semi-viva, respirava a vítima,
aspirando prosseguir, caluniando
a dor,
propalando a íntima
derrota obtida no duelo
com o espelho, quebrado no
desespero
de acordar no meio do pesadelo,
querendo voar nas asas quebradas,
correr na estrada esburacada,
banhando o futuro em um passado
poluído.
Não precisa de flores,
não queres piedade,
tua maldade alimentou a ousadia
da vil covardia, cheia de
fel.
Faxinando a vida, sem nenhum
lamento,
deixamos à sós
a repugnância,
que despertou o desprezo
da próxima vítima.
**********
LIMPEZA DA ALMA
(Mary
Fioratti)
Quero hoje olhar para dentro
De seus olhos
Que fazem parte dos meus dias
Há tantos anos
Quero prestar atencão
Em seus cabelos brancos
Nas transformacões
de seu rosto
Em todas aquelas rugas
Que eu preocupada comigo mesma
Não olhei
Hoje quero dar-lhe um abraço
Demorado, sentido
Apaixonado
E agradecer por você
Ter estado sempre ao meu lado
Apoiando-me
Amando-me
Entendendo-me do jeito que
sou
Quero hoje olhar para dentro
De mim mesma
E enxergar o interruptor desta
luz
Que sem querer após
alguns anos
nos deixam na penumbra
Mas antes de acendê-la
Quero fazer um jantar a luz
de velas
Para nossas almas
A toalha será de renda
de ternura
Os pratos serão cheios
de abraços
As taças serão
repletas com beijos
Os talheres serão nossas
mãos
Unidas sobre a mesa
Quero apenas estar com você
Sem dizer nada
Que possamos apenas nos olhar
Com os olhos cheios de lembranças
Lembranças passadas
Que transformaram hoje nossa
vida
Nesse lindo presente
E brindando com a taça
dos nossos beijos
Esquecer tudo que sofremos
E ler entre sorrisos e abraços
ternos
As palavras mudas que sempre
entendemos.
**********
LIMPEZA
DA ALMA
(Marcial Salaverry)
Sempre precisamos esvaziar
a alma,
é algo que sempre nos
acalma...
Mágoas antigas procuramos,
e delas nos livramos,
sempre aliviando o coração...
É de nossa natureza,
fazer essa limpeza
para não ceder à
tristeza,
nunca esquecendo a real beleza
que podemos encontrar,
no simples fato de amar...
Precisamos dessa faxina,
pra fugir dessa sina...
Para a limpeza completar,
vamos nossa alma liberar
para alegrar o coração,
com a gostosa sensação
que o amor nos traz...
*********
SE
EU FAXINAR...
(Carol Rivers)
Com o arsenal todo,
panos, baldes, aromatizantes,
subi na escada.
A intenção,
aliviar os
armários e também
o coração.
Fui tirando caixas de sonhos,
pacotes de amores,
alegria guardada,
embrulhos estranhos,
papéis e fitas,
de todas as cores.
Quanto mais coisa tirava,
mais lugar no armário
sobrava,
mas, percebi que o coração
mais
vazio ficava.
Ouvi então, um som
um som estranho, que como
um forte tambor batia.
E ele, com muita força
dizia :
- Não jogue fora nada
disso
essa é sua trajetória,
bem ou mal você a viveu,
não se livre dela,
essa é a sua história
!
(Santo André - SP/fev./04)
**********
FAXINA
(Cleidiner
Ventura/Anjo)
Hoje, passado tanto tempo
aqui estou a reler
as nossas cartas
tão bem guardadas...
...nessa caixa de bombons
empoeirada,
esquecida,
inerte,
no armário de meu quarto
entre tantos outros objetos
saudosistas.
Os envelopes
amarelados pelo tempo,
a tinta ora borrada,
talvés por lágrimas
que chorei...
Lê-las é uma
viagem
ao tempo,
tempo que fomos felizes.
Palavra por palavra,
ao lê-las
percebo
saber de cor.
- Porque as guardei,
se as tenho vivas na memória?
Tantas juras,
promessas...
Tantas palavras
de
amor!
Em trânse
limpo a poeira da caixa,
borrifo a com um pouco de
lavanda
e guardo as cartas novamente...
Faxina
ainda difícil
de realizar...
...de que me adiantaria
jogá-las,
se você
continuara
dentro das minhas mais
sinceras e puras
recordações.
Cleidiner Ventura/Anjo
São Paulo, 27/02/2004
cleidiner@terra.com.br
http://asasdeumanjo.webcindario.com
http://poetasbrasil.webcindario.com
http://personales.ciudad.com.ar/pintoresdomundoepoemas/
http://www5.domaindlx.com/chegamaispertodemim/
*************
FAXINA
DE UM AMOR
(Fascination - 26/02/004)
Hoje queria limpar de minha
vida
tudo que recorda-se tua lembrança.
Subi ao sotão, abrindo
baús e gavetas,
fui retirando deles, toda
mágoa e mentiras
que deixastes em minha vida.
Reli tuas cartas...
lentamente vou rasgando cada
folha,
deixando para trás
tua lembrança,
aliviando meu coração
deste amor.
Faxina feita, olho em volta
e vejo
um pequeno raio de sol entrando
pela janela.
Esperanças renovadas
de um novo viver.
***********
FAXINA
(Marilena
Frade)
Levantei
poeira adormecida,
Ergui os apetrechos da alma
Lavei restos e limpei cinzas.
Descansei!
Faxina
de vida que leva dias!
que pede goles de vinho
pra adormecer no cansaço
e limpar ferrugens
que obscuram sentimentos.
Embebeci!
Desabei
lágrimas. Limpei meus
olhos,
suavisei as rugas
e lavei os sinos da matriz
do peito!
Esfoliei
a prata e o ouro escondidos,
com jeito!
Tudo, emocionalmente, refiz!
Clariei meus sonhos. Abri
a caixinha de música
soprei gavetas. Cantei!
Acendi
todas as luzes e cortei todos
os supérfluos
que não afagam dor
nenhuma!
Retirei todos os calos. Alisei
as rugas!
Desabrochei!
Agora,
só vou querer dedilhar
as cordas do futuro,
sonorizar meus novos cantos
e recantos.
E num batuque ritmado, harmonizar!
Vou
sorrir com o cheiro da faxina,
vestir a fantasia tanto tempo
escondida. Guardada.
Treinar passos novos. Dançar!
Quero
renascer das cinzas! Abrir
porteiras,
ludibriar a tristeza
e fugir, sorrateira, com a
alegoria da felicidade.
Sambar!
E, a partir de hoje, viver
intensamente! Suar!
**********
Obrigada, pela sua visita!
Yara Nazaré