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APRESENTAÇÃO

 

 

Conheci Cleide Canton, por intermédio da nossa amiga em comum, Mara Lúcia Didonet e fiquei muito feliz, pois li algumas das suas poesias em mensagens formatadas lindamente por Mara e então decidi fazer-lhe esta homenagem.
"Cleide Canton, nasceu na cidade de Assis, Estado de São Paulo, e veio para a capital com sete anos de idade.

Formou-se professora e, durante vinte e cinco anos, dedicou-se à educação dos pequeninos.
Bacharelou-se em Direito e passou a integrar o quadro da Auditoria Fiscal do Município de São Paulo, através de concurso público, cargo que ocupou até aposentar-se.
A escrita sempre foi uma arte cultivada desde muito cedo, principalmente a poesia. Colecionava-as em cadernos que guardava como jóias raras.
Com o advento da internet, começou a expor seus trabalhos que foram bem aceitos pelos internautas.
Com a aposentadoria pode dedicar seu tempo à composição poética e conta, hoje, com um acervo de mais de três mil poemas.
Considera-se um misto de vários estilos, sempre com abordagem romântica. Participou de alguma antologias e lançou seu primeiro livro, “ENSIMESMANDO”, na Bienal de São Paulo, em 2010.
Mãe de três filhos e avó de três netos, profissional realizada, dedica-se, hoje, a várias artes onde compor poemas é a que mais lhe agrada".

 

“Deixa aberto o teu coração
como estou te abrindo o meu...
Talvez então nos encontremos
Nos espaços dos meus versos...”
(Cleide Canton)

 

 

 

 

 

Cleide Canton na sua noite de Autógrafos, por ocasião do lançamento
do seu livro, “ENSIMESMANDO”, na Bienal de São Paulo, em 2010.

 

 

 

 

 

 

Apreciem algumas das lindas
POESIAS
, de CLEIDE CANTON:

 

DES*COMPLIC*ANDO
Cleide Canton
Perdoa esta franqueza exagerada
que vês jorrar aqui no meu cantar.
Perdoa se o seu tudo é quase nada
no meu que já passou do despertar.

Perdoa o meu sorriso sem barreira
e a voz que não se cala censurada,
o não da minha tarde passageira
vingando o sim da nossa madrugada

Perdoa se esqueço o importante
que dizes, em encontros casuais,
se acho que o pouco é bastante
em meio a tantos falas informais.

Perdoa se me atenho a este momento
buscando um só acerto nos errados,
se pago muito só por um lamento
e pouco por dezenas de pecados.

Perdoa! Não te ofendas se a ousadia
permeia cada passo sem tropeço.
Perdoa se esta ausência de euforia
demonstra que não ligo ao que mereço.

Perdoa! Nosso tempo é meu amigo
e já me perdoou pela demora.
Entende o meu anseio tão antigo
e sopra-me bons ventos num agora,.

SP, 14/08/2009
18:00 horas

 

 

 

 


CANTO TRISTE
Cleide Canton

Se tu soubesses quanto dói, ainda,
sentir o sonho náufrago e deserto,
o teu olhar que já não tenho perto,
todo o calor da tua voz tão linda...

O gosto amargo dessa tua ausência
no entardecer da vida que destoa
da sinfonia plena, e não perdoa
um tropeçar na falta de cadência...

Se tu soubesses... Sei que lutarias
contra Morpheu e certo vencerias
a força bruta que o roubou de mim.

Na escuridão, a lua ainda brilha
e acende o céu, deixando a tua trilha
onde me encaixo... E te verei no fim.

SP, 19/11/2010
2:00 horas

 

 

 

 

 


AQUELA ESTRELA
Cleide Canton
Certa vez, em noite clara,
escolhi, do céu, uma estrela
para ser aquela...
Aquela ouvideira
que os desejos escolhem
e compartilham momentos.
Aquela parceira
que brilha num sorriso
e seca lágrimas de desencantos.
Aquela fonte
de luz e beleza
que se deitou nos meus anseios,
dançou nas minhas alegrias,
saltitou nos focos da minha visão
e adormeceu, tranquila, nos meus cantos.

Por uma noite apenas
eu dela me esqueci.
Foi o bastante
para que ela se escondesse.
Busquei-a em todos os cantos do céu
e em todos os rastros de luz.

Contou-me o vento
que a vira afogando-se
no mar das minhas lágrimas.
Desde então eu a espero
certa de que surgirá,
mesmo sem brilho,
numa onda qualquer.
Nem mais uma lágrima verá...
Apenas saberá do que perdeu
nos versos que deixei
nas areias das praias
por onde andei.
Morto o sonho,
leva consigo o sonhador.

SP,06/11/2010
16:30 horas

 

 

 

 

 


NÃO VIU, SENTIU
Cleide Canton
Não viu
o riso do mal.
Sentiu
o golpe da foice.

Não viu
a fúria do vento.
Sentiu
o desvio da rota.

Não viu
o início da chama.
Sentiu
a dor da ferida.

Não viu
o vaso partido.
Sentiu
a mágoa contida.

Não viu
o teto ruindo.
Sentiu
o baque da queda.

Não viu
o sol...
Sentiu
a lua.

E a razão se perdeu
na lágrima vertida.

SP, 08/07/2009
10:00 horas

 

 


 

 


DANÇO
Cleide Canton

Danço!
Deslizo nesse teu ritmo
que apaga a minha lucidez.
E por que haveria de buscar
outro tom na sensatez?

Danço!
Da taça o tim-tim...
Pista de marfim.
Cá dentro, odor de jasmim.
Lá fora... O jardim!

Nada perco!
Não mais vacilo
quando me amparas.
Não mais me encolho
quando me tocas.
Não mais chorarei
o teu próximo adeus,
nem fecharei a porta...
Sempre retornas.

Danço!
Uma nova orquestra,
um novo som,
um novo salão,
o mesmo velho par
e uma só melodia...

Danço!
Danço?

SP, 13/05/2010
9:40 horas

 

 


 

 


ESPELHO MEU
Cleide Canton
Mulher feita, ou quase, como queiras,
debruçada em teus sonhos, fantasias,
foste em busca de perfeitas sintonias
com o mundo de alegrias passageiras.

Abraçada ao que achavas verdadeiro,
entre estrelas desfilavas confiante.
Não julgavas que o vôo, a cada instante,
fosse apenas um apelo feiticeiro.

E valsavas... Cada passo entrelaçado
entre as nuvens dos desejos escondidos,
eram contos por magias guarnecidos,
mas dormentes 'inda hoje, no passado.

Acordaste! Vês agora que a verdade
perambula, oscilante, em teus clamores,
que não fazem mais sentido nos amores
resguardados pelos laços da saudade.

Responde,
espelho meu:
Onde foi
que meu sonho
se escondeu?

SP, 23/08/2009
20:10 horas

 

 

 


 

 

 

 

Clique na cestinha de botões de rosas abaixo e visite o lindo
site de Cleide Canton e conheça mais sobre a grandiosa poeta.

 

 

 

 

 

 

 

 

Obrigada, pela visita!
Yara Nazaré