Apreciem
algumas
das
lindas
POESIAS,
de
CLEIDE
CANTON:
DES*COMPLIC*ANDO
Cleide
Canton
Perdoa
esta
franqueza
exagerada
que
vês
jorrar
aqui
no
meu
cantar.
Perdoa
se
o
seu
tudo
é
quase
nada
no
meu
que
já
passou
do
despertar.
Perdoa
o
meu
sorriso
sem
barreira
e
a
voz
que
não
se
cala
censurada,
o
não
da
minha
tarde
passageira
vingando
o
sim
da
nossa
madrugada
Perdoa
se
esqueço
o
importante
que
dizes,
em
encontros
casuais,
se
acho
que
o
pouco
é
bastante
em
meio
a
tantos
falas
informais.
Perdoa
se
me
atenho
a
este
momento
buscando
um
só
acerto
nos
errados,
se
pago
muito
só
por
um
lamento
e
pouco
por
dezenas
de
pecados.
Perdoa!
Não
te
ofendas
se
a
ousadia
permeia
cada
passo
sem
tropeço.
Perdoa
se
esta
ausência
de
euforia
demonstra
que
não
ligo
ao
que
mereço.
Perdoa!
Nosso
tempo
é
meu
amigo
e
já
me
perdoou
pela
demora.
Entende
o
meu
anseio
tão
antigo
e
sopra-me
bons
ventos
num
agora,.
SP,
14/08/2009
18:00
horas
CANTO
TRISTE
Cleide
Canton
Se
tu
soubesses
quanto
dói,
ainda,
sentir
o
sonho
náufrago
e
deserto,
o
teu
olhar
que
já
não
tenho
perto,
todo
o
calor
da
tua
voz
tão
linda...
O
gosto
amargo
dessa
tua
ausência
no
entardecer
da
vida
que
destoa
da
sinfonia
plena,
e
não
perdoa
um
tropeçar
na
falta
de
cadência...
Se
tu
soubesses...
Sei
que
lutarias
contra
Morpheu
e
certo
vencerias
a
força
bruta
que
o
roubou
de
mim.
Na
escuridão,
a
lua
ainda
brilha
e
acende
o
céu,
deixando
a
tua
trilha
onde
me
encaixo...
E
te
verei
no
fim.
SP,
19/11/2010
2:00
horas
AQUELA
ESTRELA
Cleide
Canton
Certa
vez,
em
noite
clara,
escolhi,
do
céu,
uma
estrela
para
ser
aquela...
Aquela
ouvideira
que
os
desejos
escolhem
e
compartilham
momentos.
Aquela
parceira
que
brilha
num
sorriso
e
seca
lágrimas
de
desencantos.
Aquela
fonte
de
luz
e
beleza
que
se
deitou
nos
meus
anseios,
dançou
nas
minhas
alegrias,
saltitou
nos
focos
da
minha
visão
e
adormeceu,
tranquila,
nos
meus
cantos.
Por
uma
noite
apenas
eu
dela
me
esqueci.
Foi
o
bastante
para
que
ela
se
escondesse.
Busquei-a
em
todos
os
cantos
do
céu
e
em
todos
os
rastros
de
luz.
Contou-me
o
vento
que
a
vira
afogando-se
no
mar
das
minhas
lágrimas.
Desde
então
eu
a
espero
certa
de
que
surgirá,
mesmo
sem
brilho,
numa
onda
qualquer.
Nem
mais
uma
lágrima
verá...
Apenas
saberá
do
que
perdeu
nos
versos
que
deixei
nas
areias
das
praias
por
onde
andei.
Morto
o
sonho,
leva
consigo
o
sonhador.
SP,06/11/2010
16:30
horas
NÃO
VIU,
SENTIU
Cleide
Canton
Não
viu
o
riso
do
mal.
Sentiu
o
golpe
da
foice.
Não
viu
a
fúria
do
vento.
Sentiu
o
desvio
da
rota.
Não
viu
o
início
da
chama.
Sentiu
a
dor
da
ferida.
Não
viu
o
vaso
partido.
Sentiu
a
mágoa
contida.
Não
viu
o
teto
ruindo.
Sentiu
o
baque
da
queda.
Não
viu
o
sol...
Sentiu
a
lua.
E
a
razão
se
perdeu
na
lágrima
vertida.
SP,
08/07/2009
10:00
horas
DANÇO
Cleide
Canton
Danço!
Deslizo
nesse
teu
ritmo
que
apaga
a
minha
lucidez.
E
por
que
haveria
de
buscar
outro
tom
na
sensatez?
Danço!
Da
taça
o
tim-tim...
Pista
de
marfim.
Cá
dentro,
odor
de
jasmim.
Lá
fora...
O
jardim!
Nada
perco!
Não
mais
vacilo
quando
me
amparas.
Não
mais
me
encolho
quando
me
tocas.
Não
mais
chorarei
o
teu
próximo
adeus,
nem
fecharei
a
porta...
Sempre
retornas.
Danço!
Uma
nova
orquestra,
um
novo
som,
um
novo
salão,
o
mesmo
velho
par
e
uma
só
melodia...
Danço!
Danço?
SP,
13/05/2010
9:40
horas
ESPELHO
MEU
Cleide
Canton
Mulher
feita,
ou
quase,
como
queiras,
debruçada
em
teus
sonhos,
fantasias,
foste
em
busca
de
perfeitas
sintonias
com
o
mundo
de
alegrias
passageiras.
Abraçada
ao
que
achavas
verdadeiro,
entre
estrelas
desfilavas
confiante.
Não
julgavas
que
o
vôo,
a
cada
instante,
fosse
apenas
um
apelo
feiticeiro.
E
valsavas...
Cada
passo
entrelaçado
entre
as
nuvens
dos
desejos
escondidos,
eram
contos
por
magias
guarnecidos,
mas
dormentes
'inda
hoje,
no
passado.
Acordaste!
Vês
agora
que
a
verdade
perambula,
oscilante,
em
teus
clamores,
que
não
fazem
mais
sentido
nos
amores
resguardados
pelos
laços
da
saudade.
Responde,
espelho
meu:
Onde
foi
que
meu
sonho
se
escondeu?
SP,
23/08/2009
20:10
horas