SOU
O RIO... E VOCÊ O MAR...
(Patricia Montenegro)
Sou
como o rio...
De águas límpidas e tranqüilas...
E você o mar..
Forte e corajoso...
Sou transparente...
Você misterioso...
Sou tranqüila...
E você tantas vezes impetuoso...
Trago
comigo o amor...
E a vida....
Para a você ofertar...
Sigo o meu curso a te procurar...
Pois em você preciso desaguar..
E quando finalmente te encontrar...
Terei a certeza de que a vida vai continuar...
Eu
sou o rio...
E você o mar...
Precisamos nos encontrar...
E em um belo encontro o milagre da vida
realizar...
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FUSÃO
(Tarcísio
R. Costa)
O rio se dilue no mar
e passa a ser mar,
Deixa de ser rio,
há uma fusão...
Será, agora, vaga,
será tormenta,
será poder,
será liberdade...
Não seguirá caminhos,
mas terá os carinhos
do abraço dos continentes
e terá as ilhas para abraçar.
Não é tão selvagem,
assim...
Terá horizonte
onde o céu beija o mar.
Terá os seus mistérios...
É poderoso.
É magia,
é fonte de poesia...
O poeta observa,
acreditando,
respeitando...
Tudo é natureza.
O rio vai em busca do mar,
para ser mar!
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O
ENCONTRO
(Yara
Nazaré - 03/12/04)
Sou
nativa do mar
O mar da Amarração
E tu és do grande rio
O rio do encontro das águas
Que farto das pororocas
Desviou do seu curso
Só para te conduzir
E no meu lindo mar
Fazer-te desembocar.
Chegastes
de mansinho
E logo te apressastes
Em conhecer o meu mar
E lá deslumbrado
Com a beleza da praia
Ao contemplar uma onda
Firmastes o teu olhar
Nela
surgiu a sereia
A sereia menina moça
Que te envolveu na magia
Ao som de linda melodia
E nunca mais te deixou.
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OLHO
D’ÁGUA
(Nadir
A D’Onofrio)
Camuflada,
asfixiada,
Nas entranhas da terra mãe,
Decidi me rebelar e à tona aflorar.
Fui surgindo gota a gota...
Clara cristalina.
Tomo
a forma de fonte,
Assim...tua sede saciar.
Querendo ainda agradar, virei lago!
De sentimentos represada.
Não
quero viver assim...
rompo as barreiras...
Jorro...sou cachoeira...
Novamente tentam, minha fúria represar,
Terei que abastecer aldeias, cidades...
Transformaram-me em simples riacho.
Sigo
meu curso...cansada,
Quase sem vida...
Deságuo num grande rio,
Sinto-me mais protegida!
Busco uma força maior,
Vou rolando sobre pedras,
Até no mar desaguar...
Agora, sou vagalhão, onda, sal,
espuma!
Transmutação mais que perfeita...
Para teu corpo acariciar!
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UM
RIO...
(Marilena Basso)
Você, é como um rio, que
Perfeito em seu contorno,
Suave e gostosamente
Mudou minha vida.
Com sua água tranquila,
Pura e cristalina,
Lavou minha alma.
Com a sua certeza
De nunca transbordar,
Me passou a segurança
De que eu sou única e sem par.
Com a sua força e correnteza
Limpando seu leito,
Mostrou-me que podia
Tirar as pedras de meu caminho,
Deixando a estrada de minha vida
Mais fácil de ser percorrida.
Hoje , somos dois indivisivel,
Já não posso viver longe
de você,
Tal qual o rio,
Que para continuar existindo,
Precisa jogar sua água no mar!
Taquaritinga 04/12/04
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O ABRAÇO DO MAR
(Marcial Salaverry)
Quando
sentir as ondas do mar
teu corpo abraçar,
saiba que serei eu a te amar...
O abraço do mar, recebe os rios
que o vem buscar,
como eu te abraço que vens me amar...
O mar sempre transmite recados
dos amantes apaixonados...
As ondas em seu suave vai e vem,
lembram os movimentos do amor também...
Sinta as ondas pelo teu corpo passeando,
são como minhas mãos te
acariciando...
Sinta em teus lábios,
o sabor salgado do mar...
São meus lábios a te beijar...
Sinta finalmente,
este amor que simplesmente
transmite toda a emoção
de um enamorado coração...
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PÉROLA MARINHA
(©Soneto Sarah Rodrigues)
Eu posso ver a beleza do mar
e das ondas ouvir
o seu lamento,
sentindo a suave
brisa sussurrar
com a ternura plácida
do vento.
Eu
sei, somente Deus pode guardar,
num mesmo espaço,
tanto encantamento,
para que eu possa,
em risos, contemplar
todo dulçor
do lirial momento.
Nas
bravas águas deste mar que fito
e na areia da praia
que me aninha,
eu me reclino a
um sonho mais bonito.
Sou
uma concha, pérola marinha,
– Entre algas
e corais, feliz, habito! –
neste oceano que
me faz rainha !
http://cliente.argo.com.br/~sarahrodrigueS
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O
ENCONTRO DAS ÁGUAS
(Faffi)
Sou o rio, sigo com minhas águas
caminhando tranqüilas, contornando
as pedras para desaguar no mar..
Minhas águas são doces e
serenas
e correm como um sonho acalentado,
levando as ilusões de um pequeno
pássaro
para além do oceano deslumbrado.
Sou o mar, nada de calmaria
minhas águas são o inverso
das suas,
são salgadas e formam ondas que
ansiosamente
carregam tudo que me fere
ou que por imprudência jogam no
meu seio
pra me sujar.
Só me acalmo e fico tranqüilo
quando suas águas doces e serenas
se encontram com as minhas,
trazendo as ilusões desse pequeno
pássaro
que faço balançar com minhas
ondas
e invadir o meu oceano, mas, trago de
volta,
nada consigo guardar!
e deposito nas areias da praia,
esse sonho que agora nem doce nem salgado
voa de encontro ao vento para se realizar.
faffi/06/12/2004
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ENCONTRO
DAS ÁGUAS
(Cândido
Pinheiro)
26 Janeiro 2004
Santa Maria - RS - Brasil
Por
entre as montanhas ando escondido em um
vale perdido
Tranqüilo quase que num cochilo,
mas sempre em frente
Vou saudoso levando minhas águas
cristalinas
Às vezes corredeiras, e recordando
das cachoeiras que já passei
Onde em lágrimas muitos véus
de noivas eu deixei
Lembrando da minha cabeceira, palco de
amores que enganei
Leito onde beijei sinuosas margens e deixei
tatuagens
Cupidas marcas em ramos que jamais quebrei
Às
vezes sou caudaloso e com força
um tanto tenebroso
Mas nada de furioso, pois sei que algumas
pedras arranquei
Sem maldades, para tanto, não tenho
mais idade
Mas às vezes na cruzada, roubo
a melhor flor de uma folhagem
Para misturar em minhas águas o
seu aroma selvagem
Na
chuva me regozijo num salpicar de gotas
Refrescante dilúvio para o calor
que sinto
Por vezes meu dorso anda exposto ao sol
a pino
Em muitas outras de alegria transbordo
Transformando em terra fértil a
tudo o que molho
E nas planícies por onde escorro,
vou regando as pastagens
Este verde que me acolhe quando deslizo
por entre as matas
Onde meu murmúrio silencia ante
a sinfonia dos pássaros
Que em coral de glória cantam bravo
à minha passagem
Em
muitos braços me abro, e em desabafo
formo tentáculos
São muitas outras margens que abraço
por onde passo
Em rio único volto ao meu curso
e discurso ao mar a frente
Estou chegando e com alegria anuncio a
minha aproximação
E num doce beijo molhado a água
fica salgada
Agora sou oceano, um gigante em águas
Não
ando mais escondido
por entre as montanhas em um vale perdido...
De agora em diante beijarei todas as costas
E mansamente em ondas vou rolar na areia
morna das praias
Aproveitando a magia e a beleza da mãe
natureza
Deste fraterno encontro das águas
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RIO
VALENTE
(Schyrlei Pinheiro)
Rio de águas claras,
segue o rumo, sem receios,
abrindo os caminhos da abundância,
arrastando a dor da seca,
regando o canteiro da eterna esperança,
permitindo o eclodir de vidas
e o navegar sereno.
Segue o rio
matando a sede do biotério,
unindo os hemisférios
com seus veios álveos;
destemido, salta obstáculos,
sem retornos ou arrependimentos,
formando cachoeiras,
aumentando o som
de seu chuá chuá
alegre e palpitante,
corre para o mar,
que se agita ao recebê-lo
com o marulho brejeiro,
encantando ao luar,
sob a luz das estrelas,
que luzem sem parar,
enciumadas com os beijos
que a terra troca com o mar.
*************
IGUAL
AO RIO E AO MAR
(Elisa de Andrade)
Somos como o Rio e o Mar
Porque nos encontramos com muita freqüência
E entre nós existe uma linda dependência
E uma vida inteira para sonhar!
O Rio procura desembocar no Mar
Essa é a lei que rege a natureza
Eu procuro ao seu lado sempre estar
E essa é a minha lei ... com certeza!
Feliz daquele que ainda pode admirar
O encontro do Rio com o Mar
Eu e você... junto ... adoramos
lá estar
Para poder dessa belez ... compartilhar!
O Rio e o Mar são um par constante
Dançando a valsa da natureza exuberante
Eu e você... corpos entrelaçados
Dançamos ao som do amor... enfeitiçados
As águas do Rio alcançam
o Mar ... em profusão
E nele vem ... sofregamente desaguar
Eu procuro em seus braços ... a
mansidão
E encontro em você uma razão
para amar!
Eu sou seu pequeno e singelo Rio
Você é meu imenso e rico
Mar
E nós dois seguimos ao nosso feitio
E juramos para sempre nos amar!
Petrópolis - RJ/05/12/2004
www.casasaudavel.com
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ÁGUA
(Luísa
Fernandes - Portugal - 6/12/04)
Água que vai e não volta
Fura pedras em revolta,
Nasce à beira do caminho
Parece e é só um fiozinho…
Transborda
das margens do rio
Repete a vida de fio a pavio
Cresce em alta onda
Destrói cascos e navios arromba...
Água
que fura,
Nasce,
Parece,
Transborda,
Repete
Cresce,
Destrói,
Vai e não volta
Flúi como a vida
Como a vida
A
vida
Vida
Vi
Da
V
I
D
A
Em gotas…
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SOU
RIO, VOCÊ MAR!
(Maricell)
Sou rio,
Rio de revoltas águas,
de dores, de mágoas
de tristezas abissais
a correr em desatino
em quedas, em correnteza
Sou rio,
Sou rio sem liberdade,
prisioneiro destas margens
que tolhem as minhas águas
fazendo-me seguir sempre em frente
repetindo eternamente
sempre o mesmo caminho
sofrendo sempre sozinho
neste meu leito de dor
sem poder voltar jamais....
Você é mar,
oceano de amplidão
horizontes sem fronteiras
em ondas que vêm e vão.
Águas soltas pelo mundo
em praias, montes, rochedos
em bonanças, tempestades
em cheias marés de amor
Sou rio,
Você é mar.
Mar que em mansa dança
acolhe as cansadas águas de meu
leito
e em acalantos
enxuga meu pranto, me acaricia
recolhe em suas águas minha vida
vazia
me leva a abismos, a outros horizontes
me abraça e me beija
e me faz delirar...
************
MEU PORTO
(Edson Carlos Contar)
E com o chegar do crepúsculo,
Meu RIO se fez maiúsculo,
Cresceu, se abriu,
E no seu desaguar,
Virou MAR !...
E a selva de outrora
É concreto agora...
E concreta é a existência,
E real é meu sonhar.
Encontrei o oceano,
Naveguei na conquista,
E o meu "terra à vista"
Foi em teu porto ancorar...
***********
ENCONTROS E DESENCONTROS
(Thereza Mattos)
Estranho esse encontro
de águas tão diferentes
são como muitos amores
que nascem no coração da
gente
e que não sabemos explicar
como e quando foi a nascente....
Mistura-se o doce do rio
com o salgado do mar
encontro sobre as areias
mas se no rio habitam yaras
no mar existem as sereias....
Assim é a nossa vida
cheia de encontros casuais
ou desencontros fatais
sem poder mudar nossa estrada
como se nessas encontro das águas
pudesse lavar as feridas
e aliviar nossas mágoas...
*************
MULHER E O MAR
(by Renate Emanuele)
Na arte é voltada toda à
sua beleza
A mulher o mar em toda sua riqueza
Tão bela inspiração
a musa da poesia
Madona e rei portadores desta magia
Fantasia seus castelos ao seu redor
Castelos iguais seus sonhos de amor
O reflexo da luz brilha em seu olhar
Como sol batendo nas aguas do mar
Ora ruge, se exalta como mar bravio
Toda fera agitada dentro do seu cio
Ora calma, tranquila na maré mansa
Mesmo assim luta e nunca descansa
Dentro de si gera a vida e seus filhos
Mistérios insondáveis, bens
preciosos
Sem ela família não existe
não é nada
Este amor ternal seu lar tras morada
Hospitaleira para passagem de muitos
No amor se retém a pousada de poucos
Não se despe nunca desta sua realeza
Exaltado, mar a mulher e sua nobreza
Ondas vivas do mar na areia se aninha
Mulher família, seu pôsto
será raínha
Mar um gigante supremo da natureza
Mulher fêmea, mais bela com certeza
atelierbaron@uol.com.br
São Paulo - Brasil
**************
RIO E O MAR
(Theca Angel)
Serpenteio por entre as campinas
Por onde passo
Vou vencendo espaços, recebendo
Dos afluentes o cansaço
de seus últimos momentos
Deságuam em mim suas dores
Seus abandonos...
Recolho-os, aglutino-os numa amálgana
perfeita
E prossigo...
Passo por planícies calmas e por
Altos planaltos
Me espraio em um plácido lago
logo após a queda na cachoeira
que me transforma em noiva de lânguido
véu.
Sou ora impetuoso, ora pacífico...
Aceito os desafios que coalham meu leito
E beijando enamorado as minhas margens
Dou-lhes a ventura da reprodução
Respeito e pujança na continuação
da vida.
Sou do futuro a lança mais certeira
A cumprir o desígnio que me foi
dado.
Ofereço à Mãe Terra,
minhas águas
permito fartas colheitas...
Sei ser impiedoso e inclemente se me maltratam
Pois aquele que é incapaz de dar.
Em mim não encontra descanço
Sou a chuva que cai abençoada
E...Sou a enchente que desgraça
Sou o pranto copioso e a lágrima
Sou simplesmente um fio d'água
A despejar-se no Oceano.
************
COMO UM RIO...
(Thais
S. Francisco)
Quisera ser como um rio,
Que em seu leito desliza
Desvencilhando-se de obstáculos
Escapando das represas
Muitas vezes em corredeiras
Para chegar até o mar
Que o abriga na sua imensidão.
Quisera ser como um rio
Percorrendo meu caminho
Desvencilhando-me de obstáculos
Escapando da rotina que me represa
Vez ou outra em corredeira
Chegar até você,
Abrigando-me em teus braços.
Quisera ser como um rio....
E adoraria fosses o meu mar...
Para abrigar-me em tua vida
E assim poder te amar!
*************
NÓS
(Nilse Sereno)
Corra até mim, meu doce amante,
sejamos como o rio e o mar
que se encontram...
Você é rio, eu sou mar
e quero ter receber sempre com calor...
Venha logo, para minhas águas quentes,
salgadas...
às vezes calmas, outras revoltas...
Sou calma quando estás comigo,
revolta quando demoras a chegar...
Quero que se misture a mim
num doce balanço,
num doce abraço,
muitos beijos não serão
rejeitados,
adoro seus beijos doces,
assim como você ama meu corpo salgado,
quente,
revigorante...
Vamos fazer nossa festa particular
Veja a beleza da mata
nos circundando,
os pássaros canoros
emitem uma linda canção...
Venha!
Não tenha medo!
Em mim sempre terá
acolhida e amor.
**************
ACALENTO
(Machado
de Carlos)
Canto
teus olhos numa ode, menina!
Ouvi a tênue mensagem de cristal.
Quando estava na viagem espacial,
chorei ao som de tua voz cristalina.
Uma
carta chegou! - a letra domina,
a estampa tinha a marca da tua nau.
- Será que veio do mundo celestial?
Dela sorvi o perfume que ilumina.
Em
dias fatigados tenho tua flor
Recebo forças...forças do
teu amor!
...e navego feliz! É o teu mar...
Curvo-me,
amor, ao poder da tua luz,
contemplo teu semblante no Céu
azul...
Entorpecido, vou ao mundo estelar!
(Ribeirão
Preto, 23 de maio de 2004)
**************
VEM
SER ÁGUA
(Maria
José Zanini Tauil/Rio de Janeiro)
No
deserto da vida
preciso de água
preciso do teu abraço
preciso do teu carinho
És o manancial
que sacia minha sede
Quando
chegares
serei também água
banhando-te
com meu amor
sentirei tua pele
te carimbarei de beijos
me tatuarei em ti
Vem
que já sou rio
que corre no corpo
e se consome em fogo
Vem
com teu mar
me afogue nas ondas
mergulhe em mim
Depois,
deixe-me
boiar, saciada,
ao teu lado...
*************
DIÁLOGO
ENTRE O RIO E O MAR
(Valeriano
Luiz da Silva)
Eu
sou o rio e não vim para brigar...
Aqui estou apenas para conversar
Quem sou eu perante um gigante pra desafiar
Mas tem coisas em mim que você deve
respeitar
Olá
minúsculo rio!... pense bem o que
vai falar
Peça vênia para mim, pois
eu sou o senhor mar,
Fomos feito na mesma época, mas
você ficou raquítico,
Eu cresci e expandi e me tornei elemento
político
Eu já enriqueci a muitos desde
passado remoto
Já inspirei muitos artistas estou
em livros e muitas fotos
Por mim navegaram os mercadores lá
das bandas do oriente
As potências me usaram para descobrir
o ocidente
Por
minha causa D, Henrique construiu a Escola
de Sagres,
Em mim pescam bacalhau enquanto em você
lambari e bagre
Foi por mim que surgiram as praias de
grande beleza...
Entre várias no Brasil como Rio,
Camboriú e Fortaleza...
Senhor
mar peço vênia pra falar...
A coisa mais bonita é saber respeitar
Eu também tenho minhas virtudes
Corro em paz, pra que inquietude?
Já
que você calou
Depois que muito falou
Com toda humildade vou dizer quem sou
Sou um estreito riozinho cumprindo a ordem
do Criador
Vivo
na simplicidade
Sem pompa e vaidade
Eu transporto o camponês pra roça
e pra cidade
Em todo interior dos países eu
corro com tranqüilidade
Sou
eu que forneço as águas
para encher o Senhor mar
Se os rios pararem de correr o Senhor
poderá secar
Sei que você fornece o sal para
o povo temperar
Mas pra matar a sede dos viventes é
o rio que a água dá
Nunca
navegou em mim navio
Mas balsas e canoas, pois não sou
bravio...
Não estou pra te acusar, mas quantas
vidas morreram no mar...
Em meu leito alguém morreu, mas
com você não pode comparar,
Vamos
parar de confusão, já estamos
chegando ao mesmo lugar,
Está na hora da pororoca e nós
vamos encontrar
Pois a fase da lua já está
preste a mudar
E o equinócio está às
portas pronto pra chegar
Vamos
unir na pororoca dando brado iminente...
Anunciando ao ribeirinho que se aproxima
a enchente
As aves já se aquietaram
E os ventos não mais sopraram
Rio
e mar se encontraram
Os caboclos se mudaram
As embarcações se aportaram
Na força da pororoca ambos se igualaram
Anápolis
- Go, 08/12/04
valerianols@globo.com
www.albumdepoeta.com
*************
ABRAÇO
FRATERNO
(Natália
Vale)
(Portugal)
Naquele
lugar sombrio,
Em
que correndo lentamente,
Choroso
e vadio,
Deleitando-se
pelas margens,
Podiamos
ver
O
imponente rio,
Chegando
calmamente,
Para
o mar abraçar
E
nele se esplanar.
Ambos
cantavam
Uma
linda melodia,
Por
aquele abraço fraterno,
Em
que ambos se deleitavam,
Em
perfeita harmonia,
E
um amor sempre eterno.
Completando-se,
Assim
terminava,
A
tarefa diária do rio,
No
mar jorrando,
De
uma assentada,
As
tristezas colhidas
No
caminho
Percorrido,
Naquela
jornada.
09.12.2004
************
RIO
OU MAR????
(Edna
Berta)
Lançaria meus sonhos ao rio
Seria mais fácil achá-los
Será?
Se todo rio corre pro mar
O grande perigo
De nunca mais os achar!!!!
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SONHOS
AO MAR
(Maria Mercedes Paiva)
Deixo-me
estar na beira do rio
beija-me o sol, com dourados raios
sob este céu de azul tão
nítido...
Lanço sonhos à profundidade
do celeste azul...
Nestes sonhos, há acalentadas esperanças...
Nestas esperanças há efetivos
ideais antigos,
que sempre mantenho vivos,
dentro destes sonhos, que me suavizam!
O rio, com sua grande ligeireza,
tem pressa de entregar suas águas
ao oceano!
Tão rápida a mudança,
na aparência do dia!
Um vento forte pastoreou nuvens negras,
pesadas,
trovões altíssimos de relampejamentos
próximos...
Larguei tudo ali na margem, para me abrigar!...
E a enxurrada derramou meus sonhos para
dentro do rio...
E, o rio tem pressa de chegar ao mar...
Foram embora, com aquelas águas,
os meus ideais cheios de matizes de
todas as cores do arco iris...
Estavam dentro da verde esperança,
contida nas luzes sempre tão vivazes,
dos meus belos sonhos, feitos de nuanças
!
Passei então, a frequentar, todos
os mares,
todas as praias, de todos os continentes,
as mais remotas...
nas asas do pensamento,
em busca dos meus sonhos!
Mas, sempre me parecia,
que aqueles coloridos sonhos,
estavam uma praia além...
um mar, além...
um continente além...
Mas hoje estou venturosa.
Corpo cansado, me larguei à tona,
boiei nas ondas, à chegar na praia...
Um sono profundo veio com o vento,
sopra aos coqueiros assovios longos
e aos meus ouvidos, brandos acalantos.
Adormeci!...
Não senti o alegre riso, que ri,
quando o mar despejou bem junto a mim
todos os meus sonhos, muito coloridos...
que acalentava, pois eu os criei!
Carrego-os, agora, mais fortalecidos,
estes mesmos sonhos que havia perdido
e agora achei!!
*************
VOU
AO ENCONTRO DO MAR
(Teca/Recife,
09/12/2004)
Outro dia, sentou-se uma criança
junto a minha nascente.
Seus olhinhos observavam atentos o borbulhar
da fonte de minha vida, e me pareceu encantada!...
Vendo o deslizar de minhas águas,
de repente perguntou:
"Rio... você vai pra onde?"
E narrei com carinho meu destino... "Vou
ao encontro do mar..."
Vou sair por ai...andando...andando...
Vou passar por campos sedentos, por vales
verdejantes, e em alguns lugares, vou
descer em forma de cachoeira.
Seguirei meu leito a procura de lugares
mais secos para dar de beber ao solo.
Evaporo, e dou à terra, à
chuva.
Desse encontro, vai brotar a vida, para
matar de muitos a fome.
Tenho também o poder da metamorfose.
Horas sou lento, sou raso. Serpenteio
preguiçoso, relaxado, me refrescando
com a brisa, permitindo que a luz do sol
reluza em minhas pedras. Com essa luz,
vi o rosto de Narciso.
Á noite, me espelho no luar...
Sou então a inspiração
de muitos poetas, e a tentação
de muitos enamorados...
Mas também me transformo em águas
escuras, profundas, assustadoras, onde
mora o medo. Nelas, navegam embarcações,
transportando sonhos, e desencantos.
Divirto-me ao banhar os que sentem calor.
Sou de Deus o grande feito, sua maior
criação.
Fico triste quando o homem me polui. Revolto-me
e inundo.
Feliz, quando sirvo de arrimo às
mulheres lavadeiras.
Sou a fonte de alimento dos pescadores
oferecendo a eles os peixes, minha grande
prenhez.
Os animais sedentos beberão de
minha água. Sou grande, sou pequeno,
mas a preciosa, grande, e verdadeira fonte
da vida!
Assim sou eu, nesse meu eterno caminhar...
************
OBrigada pela sua visita.
Yara
Nazaré