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CIRANDA: O RIO E O MAR

Agradeço a todos os poetas
participantes desta ciranda,
pelos seus lindos versos.
Com carinho.
YARA MARIA

03/12/2004

 

 

 

PARTICIPANTES:

1. Patrícia Montenegro - Sou o Rio... E você o Mar
2. Tarcísio Costa - Fusão
3. Yara Nazaré (eu) - O Encontro
4. Nadir D'Onofrio - Olho D'Água
5. Marilena Basso - Um Rio
6. Marcial Salaverry - O Abraço do Mar
7 - Sarah Rodrigues - Pérola Marinha
8 - Cândido Pinheiro - Encontro das Águas
9 - Faffi - O Encontro das Águas
10 - Schyrlei Pinheiro - Rio Valente
11 - Elisa Andrade - Igual ao Rio e ao Mar
12 - Luisa Fernandes - Água
13 - Maricell - Sou Rio, Você Mar
14 - Edson Carlos Contar - Meu Porto
15 - Thereza Mattos - Encontros e Desencontros
16 - Renate Emanuele - Mulher e o Mar
17 - Theca Angel - Rio e o Mar
18 - Thais S. Francisco - Como Um Rio
19 - Nilse Sereno - Nós
20 - Machado de Carlos - Acalento
21 - Maria José Zanini Tauil - Vem Ser Água
22 - Valeriano Luiz da Silva - Diálogo entre o rio e o mar
23 -
Natália Vale - Abraço Fraterno
24 - Edna Berta - Rio ou Mar?
25 - Maria Mercedes Paiva - Sonhos ao Mar.


 

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SOU O RIO... E VOCÊ O MAR...


(Patricia Montenegro)

 

 

Sou como o rio...
De águas límpidas e tranqüilas...
E você o mar..
Forte e corajoso...
Sou transparente...
Você misterioso...
Sou tranqüila...
E você tantas vezes impetuoso...

Trago comigo o amor...
E a vida....
Para a você ofertar...
Sigo o meu curso a te procurar...
Pois em você preciso desaguar..
E quando finalmente te encontrar...
Terei a certeza de que a vida vai continuar...

Eu sou o rio...
E você o mar...
Precisamos nos encontrar...
E em um belo encontro o milagre da vida realizar...

 

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FUSÃO

 

(Tarcísio R. Costa)



O rio se dilue no mar
e passa a ser mar,
Deixa de ser rio,
há uma fusão...
Será, agora, vaga,
será tormenta,
será poder,
será liberdade...

Não seguirá caminhos,
mas terá os carinhos
do abraço dos continentes
e terá as ilhas para abraçar.
Não é tão selvagem, assim...

Terá horizonte
onde o céu beija o mar.
Terá os seus mistérios...
É poderoso.
É magia,
é fonte de poesia...

O poeta observa,
acreditando,
respeitando...
Tudo é natureza.

O rio vai em busca do mar,
para ser mar!



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O ENCONTRO

 

(Yara Nazaré - 03/12/04)

 

Sou nativa do mar
O mar da Amarração
E tu és do grande rio
O rio do encontro das águas
Que farto das pororocas
Desviou do seu curso
Só para te conduzir
E no meu lindo mar
Fazer-te desembocar.

Chegastes de mansinho
E logo te apressastes
Em conhecer o meu mar
E lá deslumbrado
Com a beleza da praia
Ao contemplar uma onda
Firmastes o teu olhar

Nela surgiu a sereia
A sereia menina moça
Que te envolveu na magia
Ao som de linda melodia
E nunca mais te deixou.

 

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OLHO D’ÁGUA

(Nadir A D’Onofrio)

Camuflada, asfixiada,
Nas entranhas da terra mãe,
Decidi me rebelar e à tona aflorar.
Fui surgindo gota a gota...
Clara cristalina.

Tomo a forma de fonte,
Assim...tua sede saciar.
Querendo ainda agradar, virei lago!
De sentimentos represada.

Não quero viver assim...
rompo as barreiras...
Jorro...sou cachoeira...
Novamente tentam, minha fúria represar,
Terei que abastecer aldeias, cidades...
Transformaram-me em simples riacho.

Sigo meu curso...cansada,
Quase sem vida...
Deságuo num grande rio,
Sinto-me mais protegida!
Busco uma força maior,
Vou rolando sobre pedras,
Até no mar desaguar...
Agora, sou vagalhão, onda, sal, espuma!
Transmutação mais que perfeita...
Para teu corpo acariciar!

 

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UM RIO...



(Marilena Basso)


Você, é como um rio, que
Perfeito em seu contorno,
Suave e gostosamente
Mudou minha vida.
Com sua água tranquila,
Pura e cristalina,
Lavou minha alma.
Com a sua certeza
De nunca transbordar,
Me passou a segurança
De que eu sou única e sem par.
Com a sua força e correnteza
Limpando seu leito,
Mostrou-me que podia
Tirar as pedras de meu caminho,
Deixando a estrada de minha vida
Mais fácil de ser percorrida.
Hoje , somos dois indivisivel,
Já não posso viver longe de você,
Tal qual o rio,
Que para continuar existindo,
Precisa jogar sua água no mar!

Taquaritinga 04/12/04

 


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O ABRAÇO DO MAR


(Marcial Salaverry)

 

Quando sentir as ondas do mar
teu corpo abraçar,
saiba que serei eu a te amar...
O abraço do mar, recebe os rios que o vem buscar,
como eu te abraço que vens me amar...
O mar sempre transmite recados
dos amantes apaixonados...
As ondas em seu suave vai e vem,
lembram os movimentos do amor também...
Sinta as ondas pelo teu corpo passeando,
são como minhas mãos te acariciando...
Sinta em teus lábios,
o sabor salgado do mar...
São meus lábios a te beijar...
Sinta finalmente,
este amor que simplesmente
transmite toda a emoção
de um enamorado coração...



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PÉROLA MARINHA


(©Soneto Sarah Rodrigues)

Eu posso ver a beleza do mar
e das ondas ouvir o seu lamento,
sentindo a suave brisa sussurrar
com a ternura plácida do vento.

Eu sei, somente Deus pode guardar,
num mesmo espaço, tanto encantamento,
para que eu possa, em risos, contemplar
todo dulçor do lirial momento.

Nas bravas águas deste mar que fito
e na areia da praia que me aninha,
eu me reclino a um sonho mais bonito.

Sou uma concha, pérola marinha,
– Entre algas e corais, feliz, habito! –
neste oceano que me faz rainha !

http://cliente.argo.com.br/~sarahrodrigueS

 

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O ENCONTRO DAS ÁGUAS


(Faffi)


Sou o rio, sigo com minhas águas
caminhando tranqüilas, contornando
as pedras para desaguar no mar..
Minhas águas são doces e serenas
e correm como um sonho acalentado,
levando as ilusões de um pequeno pássaro
para além do oceano deslumbrado.
Sou o mar, nada de calmaria
minhas águas são o inverso das suas,
são salgadas e formam ondas que ansiosamente
carregam tudo que me fere
ou que por imprudência jogam no meu seio
pra me sujar.
Só me acalmo e fico tranqüilo
quando suas águas doces e serenas
se encontram com as minhas,
trazendo as ilusões desse pequeno pássaro
que faço balançar com minhas ondas
e invadir o meu oceano, mas, trago de volta,
nada consigo guardar!
e deposito nas areias da praia,
esse sonho que agora nem doce nem salgado
voa de encontro ao vento para se realizar.

faffi/06/12/2004


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ENCONTRO DAS ÁGUAS

 

(Cândido Pinheiro)
26 Janeiro 2004
Santa Maria - RS - Brasil

Por entre as montanhas ando escondido em um vale perdido
Tranqüilo quase que num cochilo, mas sempre em frente
Vou saudoso levando minhas águas cristalinas
Às vezes corredeiras, e recordando das cachoeiras que já passei
Onde em lágrimas muitos véus de noivas eu deixei
Lembrando da minha cabeceira, palco de amores que enganei
Leito onde beijei sinuosas margens e deixei tatuagens
Cupidas marcas em ramos que jamais quebrei

Às vezes sou caudaloso e com força um tanto tenebroso
Mas nada de furioso, pois sei que algumas pedras arranquei
Sem maldades, para tanto, não tenho mais idade
Mas às vezes na cruzada, roubo a melhor flor de uma folhagem
Para misturar em minhas águas o seu aroma selvagem

Na chuva me regozijo num salpicar de gotas
Refrescante dilúvio para o calor que sinto
Por vezes meu dorso anda exposto ao sol a pino
Em muitas outras de alegria transbordo
Transformando em terra fértil a tudo o que molho
E nas planícies por onde escorro, vou regando as pastagens
Este verde que me acolhe quando deslizo por entre as matas
Onde meu murmúrio silencia ante a sinfonia dos pássaros
Que em coral de glória cantam bravo à minha passagem

Em muitos braços me abro, e em desabafo formo tentáculos
São muitas outras margens que abraço por onde passo
Em rio único volto ao meu curso e discurso ao mar a frente
Estou chegando e com alegria anuncio a minha aproximação
E num doce beijo molhado a água fica salgada
Agora sou oceano, um gigante em águas

Não ando mais escondido
por entre as montanhas em um vale perdido...
De agora em diante beijarei todas as costas
E mansamente em ondas vou rolar na areia morna das praias
Aproveitando a magia e a beleza da mãe natureza
Deste fraterno encontro das águas

 

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RIO VALENTE


(Schyrlei Pinheiro)


Rio de águas claras,
segue o rumo, sem receios,
abrindo os caminhos da abundância,
arrastando a dor da seca,
regando o canteiro da eterna esperança,
permitindo o eclodir de vidas
e o navegar sereno.
Segue o rio
matando a sede do biotério,
unindo os hemisférios
com seus veios álveos;
destemido, salta obstáculos,
sem retornos ou arrependimentos,
formando cachoeiras,
aumentando o som
de seu chuá chuá
alegre e palpitante,
corre para o mar,
que se agita ao recebê-lo
com o marulho brejeiro,
encantando ao luar,
sob a luz das estrelas,
que luzem sem parar,
enciumadas com os beijos
que a terra troca com o mar.

 

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IGUAL AO RIO E AO MAR

 

(Elisa de Andrade)

 

Somos como o Rio e o Mar
Porque nos encontramos com muita freqüência
E entre nós existe uma linda dependência
E uma vida inteira para sonhar!

O Rio procura desembocar no Mar
Essa é a lei que rege a natureza
Eu procuro ao seu lado sempre estar
E essa é a minha lei ... com certeza!

Feliz daquele que ainda pode admirar
O encontro do Rio com o Mar
Eu e você... junto ... adoramos lá estar
Para poder dessa belez ... compartilhar!

O Rio e o Mar são um par constante
Dançando a valsa da natureza exuberante
Eu e você... corpos entrelaçados
Dançamos ao som do amor... enfeitiçados

As águas do Rio alcançam o Mar ... em profusão
E nele vem ... sofregamente desaguar
Eu procuro em seus braços ... a mansidão
E encontro em você uma razão para amar!

Eu sou seu pequeno e singelo Rio
Você é meu imenso e rico Mar
E nós dois seguimos ao nosso feitio
E juramos para sempre nos amar!

Petrópolis - RJ/05/12/2004

www.casasaudavel.com

 

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ÁGUA

 

(Luísa Fernandes - Portugal - 6/12/04)


Água que vai e não volta
Fura pedras em revolta,
Nasce à beira do caminho
Parece e é só um fiozinho…

Transborda das margens do rio
Repete a vida de fio a pavio
Cresce em alta onda
Destrói cascos e navios arromba...

Água que fura,
Nasce,
Parece,
Transborda,
Repete
Cresce,
Destrói,
Vai e não volta
Flúi como a vida

Como a vida
A vida
Vida
Vi
Da
V
I
D
A
Em gotas…

 

 

*************

 

SOU RIO, VOCÊ MAR!


(Maricell)


Sou rio,
Rio de revoltas águas,
de dores, de mágoas
de tristezas abissais
a correr em desatino
em quedas, em correnteza

Sou rio,
Sou rio sem liberdade,
prisioneiro destas margens
que tolhem as minhas águas
fazendo-me seguir sempre em frente
repetindo eternamente
sempre o mesmo caminho
sofrendo sempre sozinho
neste meu leito de dor
sem poder voltar jamais....

Você é mar,
oceano de amplidão
horizontes sem fronteiras
em ondas que vêm e vão.
Águas soltas pelo mundo
em praias, montes, rochedos
em bonanças, tempestades
em cheias marés de amor

Sou rio,
Você é mar.
Mar que em mansa dança
acolhe as cansadas águas de meu leito
e em acalantos
enxuga meu pranto, me acaricia
recolhe em suas águas minha vida vazia
me leva a abismos, a outros horizontes
me abraça e me beija
e me faz delirar...



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MEU PORTO


(Edson Carlos Contar)


E com o chegar do crepúsculo,
Meu RIO se fez maiúsculo,
Cresceu, se abriu,
E no seu desaguar,
Virou MAR !...

E a selva de outrora
É concreto agora...
E concreta é a existência,
E real é meu sonhar.
Encontrei o oceano,
Naveguei na conquista,
E o meu "terra à vista"
Foi em teu porto ancorar...

 


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ENCONTROS E DESENCONTROS



(Thereza Mattos)



Estranho esse encontro
de águas tão diferentes
são como muitos amores
que nascem no coração da gente
e que não sabemos explicar
como e quando foi a nascente....

Mistura-se o doce do rio
com o salgado do mar
encontro sobre as areias
mas se no rio habitam yaras
no mar existem as sereias....

Assim é a nossa vida
cheia de encontros casuais
ou desencontros fatais
sem poder mudar nossa estrada
como se nessas encontro das águas
pudesse lavar as feridas
e aliviar nossas mágoas...

 



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MULHER E O MAR

 


(by Renate Emanuele)



Na arte é voltada toda à sua beleza
A mulher o mar em toda sua riqueza
Tão bela inspiração a musa da poesia
Madona e rei portadores desta magia

Fantasia seus castelos ao seu redor
Castelos iguais seus sonhos de amor
O reflexo da luz brilha em seu olhar
Como sol batendo nas aguas do mar

Ora ruge, se exalta como mar bravio
Toda fera agitada dentro do seu cio
Ora calma, tranquila na maré mansa
Mesmo assim luta e nunca descansa

Dentro de si gera a vida e seus filhos
Mistérios insondáveis, bens preciosos
Sem ela família não existe não é nada
Este amor ternal seu lar tras morada

Hospitaleira para passagem de muitos
No amor se retém a pousada de poucos
Não se despe nunca desta sua realeza
Exaltado, mar a mulher e sua nobreza

Ondas vivas do mar na areia se aninha
Mulher família, seu pôsto será raínha
Mar um gigante supremo da natureza
Mulher fêmea, mais bela com certeza


atelierbaron@uol.com.br
São Paulo - Brasil


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RIO E O MAR



(Theca Angel)


Serpenteio por entre as campinas
Por onde passo
Vou vencendo espaços, recebendo
Dos afluentes o cansaço
de seus últimos momentos
Deságuam em mim suas dores
Seus abandonos...
Recolho-os, aglutino-os numa amálgana perfeita
E prossigo...
Passo por planícies calmas e por
Altos planaltos
Me espraio em um plácido lago
logo após a queda na cachoeira
que me transforma em noiva de lânguido véu.
Sou ora impetuoso, ora pacífico...
Aceito os desafios que coalham meu leito
E beijando enamorado as minhas margens
Dou-lhes a ventura da reprodução
Respeito e pujança na continuação da vida.
Sou do futuro a lança mais certeira
A cumprir o desígnio que me foi dado.
Ofereço à Mãe Terra, minhas águas
permito fartas colheitas...
Sei ser impiedoso e inclemente se me maltratam
Pois aquele que é incapaz de dar.
Em mim não encontra descanço
Sou a chuva que cai abençoada
E...Sou a enchente que desgraça
Sou o pranto copioso e a lágrima
Sou simplesmente um fio d'água
A despejar-se no Oceano.

 


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COMO UM RIO...

 

(Thais S. Francisco)



Quisera ser como um rio,
Que em seu leito desliza
Desvencilhando-se de obstáculos
Escapando das represas
Muitas vezes em corredeiras
Para chegar até o mar
Que o abriga na sua imensidão.

Quisera ser como um rio
Percorrendo meu caminho
Desvencilhando-me de obstáculos
Escapando da rotina que me represa
Vez ou outra em corredeira
Chegar até você,
Abrigando-me em teus braços.

Quisera ser como um rio....
E adoraria fosses o meu mar...
Para abrigar-me em tua vida
E assim poder te amar!

 

 

*************

 

NÓS


(Nilse Sereno)



Corra até mim, meu doce amante,
sejamos como o rio e o mar
que se encontram...
Você é rio, eu sou mar
e quero ter receber sempre com calor...
Venha logo, para minhas águas quentes,
salgadas...
às vezes calmas, outras revoltas...
Sou calma quando estás comigo,
revolta quando demoras a chegar...
Quero que se misture a mim
num doce balanço,
num doce abraço,
muitos beijos não serão rejeitados,
adoro seus beijos doces,
assim como você ama meu corpo salgado,
quente,
revigorante...
Vamos fazer nossa festa particular
Veja a beleza da mata
nos circundando,
os pássaros canoros
emitem uma linda canção...
Venha!
Não tenha medo!
Em mim sempre terá
acolhida e amor.

 

 

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ACALENTO

 

(Machado de Carlos)

 

Canto teus olhos numa ode, menina!
Ouvi a tênue mensagem de cristal.
Quando estava na viagem espacial,
chorei ao som de tua voz cristalina.

Uma carta chegou! - a letra domina,
a estampa tinha a marca da tua nau.
- Será que veio do mundo celestial?
Dela sorvi o perfume que ilumina.

Em dias fatigados tenho tua flor
Recebo forças...forças do teu amor!
...e navego feliz! É o teu mar...

Curvo-me, amor, ao poder da tua luz,
contemplo teu semblante no Céu azul...
Entorpecido, vou ao mundo estelar!

(Ribeirão Preto, 23 de maio de 2004)

 

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VEM SER ÁGUA

 

(Maria José Zanini Tauil/Rio de Janeiro)

 

No deserto da vida
preciso de água
preciso do teu abraço
preciso do teu carinho
És o manancial
que sacia minha sede

Quando chegares
serei também água
banhando-te
com meu amor
sentirei tua pele
te carimbarei de beijos
me tatuarei em ti

Vem que já sou rio
que corre no corpo
e se consome em fogo

Vem com teu mar
me afogue nas ondas
mergulhe em mim

Depois, deixe-me
boiar, saciada,
ao teu lado...

 

 

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DIÁLOGO ENTRE O RIO E O MAR

 

(Valeriano Luiz da Silva)

Eu sou o rio e não vim para brigar...
Aqui estou apenas para conversar
Quem sou eu perante um gigante pra desafiar
Mas tem coisas em mim que você deve respeitar

Olá minúsculo rio!... pense bem o que vai falar
Peça vênia para mim, pois eu sou o senhor mar,
Fomos feito na mesma época, mas você ficou raquítico,
Eu cresci e expandi e me tornei elemento político
Eu já enriqueci a muitos desde passado remoto
Já inspirei muitos artistas estou em livros e muitas fotos
Por mim navegaram os mercadores lá das bandas do oriente
As potências me usaram para descobrir o ocidente

Por minha causa D, Henrique construiu a Escola de Sagres,
Em mim pescam bacalhau enquanto em você lambari e bagre
Foi por mim que surgiram as praias de grande beleza...
Entre várias no Brasil como Rio, Camboriú e Fortaleza...

Senhor mar peço vênia pra falar...
A coisa mais bonita é saber respeitar
Eu também tenho minhas virtudes
Corro em paz, pra que inquietude?

Já que você calou
Depois que muito falou
Com toda humildade vou dizer quem sou
Sou um estreito riozinho cumprindo a ordem do Criador

Vivo na simplicidade
Sem pompa e vaidade
Eu transporto o camponês pra roça e pra cidade
Em todo interior dos países eu corro com tranqüilidade

Sou eu que forneço as águas para encher o Senhor mar
Se os rios pararem de correr o Senhor poderá secar
Sei que você fornece o sal para o povo temperar
Mas pra matar a sede dos viventes é o rio que a água dá

Nunca navegou em mim navio
Mas balsas e canoas, pois não sou bravio...
Não estou pra te acusar, mas quantas vidas morreram no mar...
Em meu leito alguém morreu, mas com você não pode comparar,

Vamos parar de confusão, já estamos chegando ao mesmo lugar,
Está na hora da pororoca e nós vamos encontrar
Pois a fase da lua já está preste a mudar
E o equinócio está às portas pronto pra chegar

Vamos unir na pororoca dando brado iminente...
Anunciando ao ribeirinho que se aproxima a enchente
As aves já se aquietaram
E os ventos não mais sopraram

Rio e mar se encontraram
Os caboclos se mudaram
As embarcações se aportaram
Na força da pororoca ambos se igualaram

Anápolis - Go, 08/12/04
valerianols@globo.com
www.albumdepoeta.com

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ABRAÇO FRATERNO

(Natália Vale)

(Portugal)

Naquele lugar sombrio,

Em que correndo lentamente,

Choroso e vadio,

Deleitando-se pelas margens,

Podiamos ver

O imponente rio,

Chegando calmamente,

Para o mar abraçar

E nele se esplanar.

Ambos cantavam

Uma linda melodia,

Por aquele abraço fraterno,

Em que ambos se deleitavam,

Em perfeita harmonia,

E um amor sempre eterno.

Completando-se,

Assim terminava,

A tarefa diária do rio,

No mar jorrando,

De uma assentada,

As tristezas colhidas

No caminho

Percorrido,

Naquela jornada.

09.12.2004

 

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RIO OU MAR????

 

(Edna Berta)

Lançaria meus sonhos ao rio
Seria mais fácil achá-los
Será?
Se todo rio corre pro mar
O grande perigo
De nunca mais os achar!!!!

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SONHOS AO MAR


(Maria Mercedes Paiva)

Deixo-me estar na beira do rio
beija-me o sol, com dourados raios
sob este céu de azul tão nítido...

Lanço sonhos à profundidade do celeste azul...
Nestes sonhos, há acalentadas esperanças...
Nestas esperanças há efetivos ideais antigos,
que sempre mantenho vivos,
dentro destes sonhos, que me suavizam!

O rio, com sua grande ligeireza,
tem pressa de entregar suas águas ao oceano!

Tão rápida a mudança, na aparência do dia!
Um vento forte pastoreou nuvens negras, pesadas,
trovões altíssimos de relampejamentos próximos...
Larguei tudo ali na margem, para me abrigar!...
E a enxurrada derramou meus sonhos para dentro do rio...
E, o rio tem pressa de chegar ao mar...

Foram embora, com aquelas águas,
os meus ideais cheios de matizes de
todas as cores do arco iris...
Estavam dentro da verde esperança,
contida nas luzes sempre tão vivazes,
dos meus belos sonhos, feitos de nuanças !

Passei então, a frequentar, todos os mares,
todas as praias, de todos os continentes,
as mais remotas...
nas asas do pensamento,
em busca dos meus sonhos!

Mas, sempre me parecia,
que aqueles coloridos sonhos,
estavam uma praia além...
um mar, além...
um continente além...

Mas hoje estou venturosa.
Corpo cansado, me larguei à tona,
boiei nas ondas, à chegar na praia...
Um sono profundo veio com o vento,
sopra aos coqueiros assovios longos
e aos meus ouvidos, brandos acalantos.
Adormeci!...

Não senti o alegre riso, que ri,
quando o mar despejou bem junto a mim
todos os meus sonhos, muito coloridos...
que acalentava, pois eu os criei!
Carrego-os, agora, mais fortalecidos,
estes mesmos sonhos que havia perdido
e agora achei!!

 

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VOU AO ENCONTRO DO MAR

(Teca/Recife, 09/12/2004)

Outro dia, sentou-se uma criança junto a minha nascente.
Seus olhinhos observavam atentos o borbulhar da fonte de minha vida, e me pareceu encantada!...
Vendo o deslizar de minhas águas, de repente perguntou:
"Rio... você vai pra onde?"
E narrei com carinho meu destino... "Vou ao encontro do mar..."
Vou sair por ai...andando...andando...
Vou passar por campos sedentos, por vales verdejantes, e em alguns lugares, vou descer em forma de cachoeira.
Seguirei meu leito a procura de lugares mais secos para dar de beber ao solo.
Evaporo, e dou à terra, à chuva.
Desse encontro, vai brotar a vida, para matar de muitos a fome.
Tenho também o poder da metamorfose. Horas sou lento, sou raso. Serpenteio preguiçoso, relaxado, me refrescando com a brisa, permitindo que a luz do sol reluza em minhas pedras. Com essa luz, vi o rosto de Narciso.
Á noite, me espelho no luar... Sou então a inspiração de muitos poetas, e a tentação de muitos enamorados...
Mas também me transformo em águas escuras, profundas, assustadoras, onde mora o medo. Nelas, navegam embarcações, transportando sonhos, e desencantos.
Divirto-me ao banhar os que sentem calor.
Sou de Deus o grande feito, sua maior criação.
Fico triste quando o homem me polui. Revolto-me e inundo.
Feliz, quando sirvo de arrimo às mulheres lavadeiras.
Sou a fonte de alimento dos pescadores oferecendo a eles os peixes, minha grande prenhez.
Os animais sedentos beberão de minha água. Sou grande, sou pequeno, mas a preciosa, grande, e verdadeira fonte da vida!
Assim sou eu, nesse meu eterno caminhar...



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OBrigada pela sua visita.
Yara Nazaré