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CIRANDA: NOSSAS PERALTICES

Todos nós lembramos das peraltices do nosso tempo de criança. Brincávamos de roda, de imitar os super heróis dos gibis, brincávamos de casinha de bonecas, de piratas, de esconde-esconde, de passar o anel, de bolinha de gude, de subir nas árvores frutíferas como se fossemos o Tarzan e a Jane. E os telefones que fazíamos com latas vazias e fios de cordão que esticados a uma boa distância funcionavam como um bom telefonema para tagarelarmos; pulávamos amarelinha riscada de giz no chão e brincávamos de estátua, posando imóveis e tentávamos acertar as famosas adivinhações. E quase sempre nossas travessuras ficavam em segredo, mas quando eram descobertas, muitas vezes provocavam o riso nos adultos ou ao contrário, severas repreensões!
Fazem parte desta ciranda comigo, Alberto Peyrano,
Maria José Zanini Tauil, Marcial Salaverry, Marilena Trujillo, Nancy Cobo, Augusta Schimidt, Ógui Lourenço Mauri, Enei Motta, Faffi, Luisa Fernandes, Hilda Persiani, Iranimel, Eme Paiva, José Ernesto, Maria Petronilho, aos quais agradeço pelas peraltices de uma época tão feliz e de um tempo tão distante que não volta mais, mas que é saudável e importante recordar!

Yara Nazaré
(06/10/08)


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A FARRA DO BUMBA-MEU-BOI
(Yara Nazaré - 22/09/2008)

Como fazia todos os anos
Meu pai contratava feliz
A turma do Bumba-meu-boi
Que na frente da nossa casa
Animava a todos na sua farsa.

Aconteceu uma certa vez
Quando o Bumba-meu-boi
Encerrou a sua exibição
Despediu-se e partiu
Para seguir na sua jornada
Eu e minha amiga preferida
Tivemos uma idéia genial
Seguimos animadas o boi
Até a próxima apresentação.

Só após muita animação
Dei-me conta das horas
Para casa voltei correndo
Mas quando lá cheguei
Encontrei tudo trancado
E na maior escuridão.

Meu pai trancou toda a casa
Ao notar a minha travessura
Para que eu ficasse assustada
Apavorada chorei e supliquei
E depois que eu muito chamei
Meu pai abriu a porta
E para meu alívio me deixou entrar
Mas além do susto que levei
Ao pensar que dormiria ao relento
De castigo muito dias fiquei.

(Obs.: Nesta época eu estava com 11 anos)

Na minha cidade, as apresentações do Bumba-meu-boi acontecem em dezembro e em junho. A farsa, conta a estória da Catirina, mulher do Chico Vaqueiro, que por estar grávida, deseja comer a língua do boi mais bonito da fazenda. Catirina induz o marido a matar o boi. Chico chega e ferir ou a matar o boi. Quando a notícia chega ao fazendeiro, dono do boi, este procura o autor do crime. Chico é acusado. Vários doutores são chamados para curar o boi. Depois de muitas peripécias, onde há julgamento e perdão, termina tudo com muita festa e danças, comemorando a cura do boi. Outras personagens que se destacam são, o Cazumbá ou o Bicho Folharau (um mascarado vestido de folhas), Pai Francisco, o pajé, a Cunhã, mulher (travesti) do Cazumbá e outros personagens cômicos.

 



UM BOLO DELICIOSO
(Alberto Peyrano)

Quando eu era menino, passei um dia pela casa de minha vizinha. Naquele tempo, no meu vilarejo, ninguém fechava as portas com chave e as janelas estavam sempre abertas.
Surpreendeu-me sentir um delicioso aroma de chocolate e ao olhar para a janela vi nela um formoso bolo que minha vizinha, Dona Maria, tinha deixado ali para se esfriar. Bem rápido e arteiro, alcei-me sobre a ponta dos pés e peguei o prato com o bolo.
Corri a minha casa e lhe disse a minha mamãe: “Mamãe, prepare chocolate que ganhei um bolo na rifa da escola”.
Contente com a notícia, mamãe preparou a deliciosa bebida e ela, meus irmãos e eu nos sentamos à mesa para desfrutar de uma merenda especial. O bolo era um manjar, como se tivesse sido preparado para os deuses, e não ficou nada, tanto assim que nosso cachorro não ganhou nem sequer uma migalha.
Havia decorrido pouco tempo quando a vizinha chamou à porta de minha casa e disse a minha mãe:
- “Dona Délia, roubaram-me um bolo que tinha posto na janela. Você viu alguém que o levou? Havia preparado para esse bolo, para o aniversário da minha titia Margarida”
Minha mãe respondeu que não, mas me olhou de um jeito que me fez sentir que a terra me engulia.
Quando a vizinha foi embora, disse-me:
- “Então ganhaste o bolo em uma rifa?”
Eu não respondi.
- “Esse era o bolo da Dona María?”
Eu baixei os olhos e afirmei com a cabeça.
- “Toma este dinheiro, vai à confeitaria de Dom Paulo, compra um bolo parecido e leva-o à Dona María. E nunca mais voltes a fazer algo assim”.
Chorando fui comprar o novo bolo e chorando entreguei-o a Dona María, que não entendeu nada.
Saí correndo da casa da Dona María e me refugiei nos braços de minha Mãe pedindo-lhe perdão.

 



MALDADE INFANTIL
(Maria José Zanini Tauil)

Que vontade eu tinha de morder!
A um braço gordinho não resisti
E tasquei-lhe uma dentada
Depois fingi não saber de nada

A pequena pôs-se a berrar
(Ela não sabia falar)
Corre vovó com pimenta
Para esfregar nos dentes afiados
Olhamo-nos desconfiados

Eu apontei meu irmão
que não soube se defender
e teve que pimenta comer
para sempre lembrar
que a ninguém se deve morder

ESSA FOI PRA JAMAIS ESQUECER!

 

LEMBRANÇAS DA
JABOTICABEIRA

(Marcial Salaverry)

À sombra da jaboticabeira,
esperava-me a garota namoradeira...
A garota era uma beleza,
seria ótimo amar na Natureza...
A menina não tinha idade,
para perder a virgindade...
Deu um jeito a jaboticabeira,
para que não fizessemos a besteira...
Ao encostar no tronco, para um beijo,
todo pleno de desejo...
Uma tatorana marota,
queimou as costas da garota...
E acabou com a aventura...





FUI UMA CRIANÇA FELIZ!
(Marilena Trujillo)

No colégio de freiras... Era dureza,
Tinha que estudar, não era moleza!
A melhor parte... A madre Tereza...
Que era um anjo de bondade e beleza!

Em casa... Vichi... Valha-me meu Deus!...
Eu era o próprio azougue, uma capetinha,
Com a tesoura estragava os cabelos meus,
E tingia minha negra e linda cachorrinha!...

Ficava quietinha na hora do desenho...
E mandava brasa na hora da novela!
Colocando os saltos da minha mãe...
E desfilando com os lindos vestidos dela!

Eu era danada... Esperta e muito tagarela!
Fui de verdade... Uma criança muito feliz!
Para os meus pais, eu era a boneca, a Cinderela.
Para o meu irmão, era só a gatuna dos seus gibis!
Mary Trujillo - 19.09.2008

 



MEU AMIGO NERO
(Nancy Cobo)

Esse fato está tão vivo na minha memória, como se tivesse acontecido hoje.
Com 07 anos de idade tinha Um Cachorro com nome de Nero, ele era muito grande e peralta, eu não ficava atrás claro.
Bem um dia Ele corria pelo quintal eu corria atrás dele como sempre fazia puxando seu rabo, só que minha mãe na mesma hora limpava a cx de esgoto.
Ele corria e eu continuava a correr, minha mãe então falou;
Menina olha estou com a cx aberta;
Eu continuei a correr ele correu e conseguiu pular sobre a cx eu corri mas não consegui, claro caí dentro da cx de esgoto
O Nero voltou e começou a latir
Além de ficar com aquele cheiro agradável, e ter me machucado chorava, demais, depois que minha mãe me puxou,
comecei a rir, pois todos em minha volta só faziam isso.
Nero um grande amigão...
Que muito nos fez feliz, mas que todos os dias aprontava e eu o ajudava.

 



LEMBRANÇAS
Augusta Schimidt


Quando eu era ainda menina,
Adorava olhar o céu
Queria ver as estrelas,
Bordarem um enorme véu.

E os passarinhos então!
Formando um grande coral,
Juntavam-se a saparia,
Era festa lá no quintal.

Quando nas árvores subia
Era hora da alegria,
Ia bem lá no alto,
Bem pertinho do céu,
Queria esticar o braço
E abraçar Papai Noel.

 



E O ALUNO CHOROU...
(Ógui Lourenço Mauri - 20/09/2008)

Primeira professora, quanta saudade!
Menino, eu aluno do curso primário,
Tudo dela, pra mim, era um relicário.
Eu me encantava com a facilidade
Com que ela ensinava à classe o abecedário
E vibrava com nosso convívio diário...
Conversar com ela era a felicidade!

Aluno deslumbrado, na tenra infância,
Tinha Dona Magali no coração.
Por ela, fiz da escola uma obrigação,
Via nos seus gestos a força da elegância:
Sem dizer nada, dava-me educação,
Preparava-me pra ser um cidadão...
Com aulas de civismo, em sua exuberância!

A vida corre muito e o tempo passou...
Dona Magali, lembrança de alegria,
Que esteve em meu coração-menino um dia;
Paixão descabida que ela nem notou...
Num sábado, vi que o carteiro trazia
Para meus pais mensagem daquela "tia".
Convite, casamento... O aluno chorou...

 


NOSSA ÁRVORE!
(Enei Motta)


ERA MÊS DE DEZEMBRO
PREPARATIVOS PRA O NATAL
LEMBRO-ME COMO SE FOSSE HOJE
DE UM ACONTECIMENTO FATAL...

ARMAMOS NOSSA ÁRVORE
QUE ERA BEM MAIOR QUE EU
CHEIA DE BOLAS E ENFEITES
PRESENTE QUE DEUS NOS DEU

QUANDO ELA ESTAVA PRONTA
E NÃO FALTAVA MAIS NADA
QUERÍAMOS OLHAR LIGEIRO
ELA TODA ILUMINADA

AO LIGARMOS NA TOMADA
FALTAVA ENTÃO ENERGIA
E EU A MAIS DANADA
GRITEI COM EUFORIA:
VOU ACENDER UM FÓSFORO
PRA VER COMO FICARIA...

JÁ ERAM 6 HORAS DA TARDE
NADA DA ENERGIA VOLTAR
RISQUEI ENTÃO O FÓSFORO
PRA ÁRVORE ILUMINAR
SUBIU UM FOGO SÓ
PRA NOSSO SONHO ACABAR

COMEÇAMOS A JOGAR ÁGUA
E O FOGO SEM PARAR...
QUEBRAMOS A ÁRVORE TODA
DE BATERMOS PRA AMENIZAR
FOI UM NATAL MUITO TRISTE
SEM A ÁRVORE PRA ALEGRAR

AÍ MINHA MÃE FALOU:
- VÊ SE PARA DE ATENTAR...

(Tinha eu uns 10 a 11 anos de idade)

 

OS QUINTAIS.
(Eme Paiva - 19.09.08)


Naquela época os quintais eram imensos. Tão imensos, que comumente nossas mães temperavam a comida, faziam saladas, etc... com as verduras que elas mesmas cultivavam em hortas, ao fundo do terreno e ainda sobrava muito espaço
para os folguedos entre as árvores! É sim! Quase todos tínhamos algumas árvores geralmente frutíferas, em nossos quintais. Minhas irmãs e eu possuíamos um pé de carambola tão frondoso, que tínhamos uma casinha de madeira entre seus ramos, onde convivíamos mais de perto com asas, penas, ovos, ninhos - canto de passarinhos e também taturanas, vespas e borboletas.
Porém, mudou-se para a vizinhança, um menino vilão, que possuia um estilingue. Um perverso irredutível, que treinava sua excelente pontaria, na cabeça das aves residentes em nossa árvore. Ninguém chamava a atenção dele e escapava impune. Afinal ele tinha um estilingue!...
Em virtude disso, fundamos, na casinha da árvore, uma sociedade chamada "Que Pena", que tinha por objetivo enterrar os pássaros que ele matava.
Sempre se podia arranjar caixinhas, de acordo com o tamanho das aves, que lhes serviam de esquife e as enterrávamos na terra fofa da horta da mamãe, com direito
a flores, velas, rezas e até lágrimas!
Creio que até hoje mamãe não sabe destes sepultamentos entre os temperos e as verduras de sua horta!

PIPOCA E EU.

faffi

O difícil não é falar sobre minhas peraltices, difícil é escolher uma..
Não tive bonecas lindas nem brinquedos caros, a gente era pobrinho.
Tive animais de estimação de todo tipo, gato, cachorro, cabrito, passarinho...
acho que só não tive papagaio e isso me deixou muito triste, até hoje sonho com um.
Nossa casa era pequena, mas o quintal era imenso e abrigava toda a minha filharada.
Um dia apareceu no quintal um macaco, depois de muito tempo viemos a saber que ele
tinha fugido de um circo, a gente se apaixonou na primeira olhada ficando muito amigos.
Acomodei o bichão no pessegueiro e fomos nos entendendo, tanto que a gente só se largava
na hora da escola.( ele era a metade do meu tamanho, eu tinha + ou - 10 anos).
Bem, um dia quando ia ao dentista achei que devia levar comigo meu amigo pipoca,
quando chegamos foi o maior sururu, as pessoas que estavam na sala de espera se assustaram
e começaram a gritar, pipoca também se assustou e começou a pular em cima das pessoas.
o Dentista abriu a porta do consultório, quando se deparou com aquela sena olhou pra mim e disse:
- Só podia ser você! Some daqui com "essa coisa" e manda seu pai vir falar comigo... Tive que dar o recado!
Adivinhem o que aconteceu depois?
- Quinze dias de castigo o bumbum inchado, e o pipoca na coleira.
Acho que essa peraltice foi uma das mais fraquinhas.

 


CÁ VOU EU NA PROCISSÃO
(Luisa Fernandes)

Quando eu era menina,
Loirinha de olho verde
Encantava a todos
com minha timidez...
Gostava de ir acompanhar
os crentes nas procissões...
Mas como era baixinha,
com a vela na mão,
ia queimando a ponta do xaile
que as idosas de então
usavam na procissão.
Ainda hoje me lembro
Do cheiro que tinha
Aquela avaria
que era só minha.
Na última vez,
cinquenta anos já tinha
e enquanto rezavam as mais idosas
sua Avé-Maria
Dei uma discreta gargalhada
quando recordei tal peraltice.
Espero que Deus, lá no Céu
Olhando para mim
tenha perdoado
A uma pobre menina
Tanta maldade...

Luísa Fernandes (Portugal)
25/9/08

 

LEMBRANÇAS

(Hilda Persiani - Curitiba, 16/09/2007)

Quando à tardinha me ponho a cismar,
Vêm-me á cabeça muita lembrança.
Sentada na rede a me embalar,
Recordo o meu tempo de criança...

Minhas bonecas, meus brinquedos,
Pular amarelinha na calçada,
As brincadeiras de roda, os folguedos,
Esconde, esconde, com a meninada.

De repente, voltando ao presente,
O coração arfando de saudade,
Ao em vez de ficar triste, fico contente

Por chegar á longevidade
E ter ainda dentro em mim,
Tantas alegrias para recordar assim...

 

Boas Malvadezas
(Iranimel)

Oh! Céus! Seria tão lindo
Se numa piscada do olhar
A gente conseguisse num tempo
Da adolescência voltar.

Lembro-me das brincadeiras
Que com meu irmão eu fazia
Na verdade (boas) Malvadezas
Que me deram tanta alegria!

Ele amarrava dinheiro numa linha fina
E atirava-o ao chão, na calçada,
Da janela - às escondidas -
Assistíamos nossas palhaçadas.

Quando alguém se abaixava ao chão
Para o dinheiro pegar, ele puxava a linha,
E o coitado ou coitadinha,
Ficava com cara de bobão!

Outras vezes judiávamos
Do Turco que morava na esquina minha,
Todas às noites, nós apertávamos
A estridente campainha;

Depois saíamos correndo
Para algum lugar se esconder,
Esperando que o Turco
Viesse ali fora atender.

Inocência sem maldade,
Que tanto me deu prazer!
Hoje, porém, com a minha idade
Entendo... Não se deve fazer.

 

TEMPO DE CRIANÇA
(José Ernesto Ferraresso/Serra Negra - 17/09/08)

O tempo nos desafia sempre,
Fez parte da nossa lembrança,
Não vimos o tempo passar,
Para nós era só bagunças ,
Quando crianças.

Olhei um dia pelo espelho,
Vi atrás de mim uma gravura.
Era um retrato triste de um palhaço.
Sinônimo de bagunça e de euforia.
Que compartilhou com minha alegria.

Tive uma infância alegre,
Brincadeiras constantes, estripulias, diversões.
Brinquei de enconde-esconde, cabana, de circo,

Minha infãncia foi tão boa
Que divertia sem me preocupar.

Como foi bom recordar!!!!!



TRAVESSURA
(Maria Petronilho)


Era o tempo da Ditadura.
Havia dois agentes reconhecidos da PIDE (polícia internaciona para defesa do estado, treinada por agentes da Gestapo)... Um era o Bolas, outro o Cabide.
O primeiro era professor de francês, enorme, passava os intervalos a devorar bolas de Berlim (bolos fritos)
Um dia entrou numa aula do 4º ano, meninos que tinham soletrado o francês três anos a fio, e perguntou:
- "Comment fait le burr?"... Queria informações acerca da voz do burro (âne)... toda a sala estremeceu de gargalhadas!
O Cabide era contínuo.
Um perseguidor implacável e mesquinho, esqueleto vivo donde pendiam as ombreiras do casaco assertoado.
Um dia, em plena aula, em que se desfazia em mesuras diante da S'tora (era como tratávamos a professora, abreviando Senhora Doutora)... eu, nas carteiras da frente, enjoada com tais maneirismos, deitei-lhe a língua de fora.
A S'stora viu!
- Maria: Rua!
Ai que baque no peito!
Enfiei-me na casa de banho, ajoelhei-me a rezar até tocar a sirene, apavorada: Se tiver falta por mau comportamento o meu pai mata-me!
Não tive falta.
Já constava que eu tinha problemas em casa e, afinal, ninguém gostava do Cabide nem um bocadinho!
Se calhar a S'tora também tinha vontade de lhe deitar a língua de fora!
É desta travessura que me lembro, vês?



RECEITA PARA
FAZER UMA BONECA

(Maria Petronilho)


É muito fácil fazer bonecas.
Começa-se por uma bolinha: pode ser de pano, de pão, de algodão... se a gente tiver um berlinde (bola de gude) então... very, very good!
Ata-se bem apertado, em espiral, para fazer o pescoço.
Faz-se um rolinho de tecido e coloca-se na horizontal, ajeitando o tecido de modo a que fiquem a descoberto dois pedaços de cada lado.
Nas bonecas com esqueleto, envolvem-se os braços de pau em tiras de tecido e no fim dos braços cozem-se as pontas com pontinhos miúdos, a fazer de mãos.
Na vertical, isto é que requer alguma habilidade, colocam-se outros dois rolinhos: as pernas.
Se se tiver um trapo com que se faça um rolo fino e comprido o suficiente para se dobrar em ângulo... então é facílimo!
... Mas é preciso ter muita sorte... As mulheres aproveitam esses pedaços para fazer remendos.
Ata-se muito bem a cintura.
Depois é só fazer a roupa!
Cruza-se uma tira a fazer de blusa e coze-se dos lados.
E com um trapézio do mesmo ou de outro tecido, talha-se a saia.
Estão a ver como é fácil?!
O difícil foi descobrir como cozer bolsos na saia... levou tempo... um dia destes, explico!

De "Histórias de Bia"

Midi: Marcha Soldado, na voz de Irani Genaro.

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Obs.1.: Os textos e poesias foram inseridos
nesta Ciranda, por ordem de chegada.
Obs.2: Montagem das imagens, por: Yara Nazaré.

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Obrigada pela sua visita!
Yara Nazaré