A
FARRA
DO
BUMBA-MEU-BOI
(Yara
Nazaré
-
22/09/2008)
Como
fazia
todos
os
anos
Meu
pai
contratava
feliz
A
turma
do
Bumba-meu-boi
Que
na
frente
da
nossa
casa
Animava
a
todos
na
sua
farsa.
Aconteceu
uma
certa
vez
Quando
o
Bumba-meu-boi
Encerrou
a
sua
exibição
Despediu-se
e
partiu
Para
seguir
na
sua
jornada
Eu
e
minha
amiga
preferida
Tivemos
uma
idéia
genial
Seguimos
animadas
o
boi
Até
a
próxima
apresentação.
Só
após
muita
animação
Dei-me
conta
das
horas
Para
casa
voltei
correndo
Mas
quando
lá
cheguei
Encontrei
tudo
trancado
E
na
maior
escuridão.
Meu
pai
trancou
toda
a
casa
Ao
notar
a
minha
travessura
Para
que
eu
ficasse
assustada
Apavorada
chorei
e
supliquei
E
depois
que
eu
muito
chamei
Meu
pai
abriu
a
porta
E
para
meu
alívio
me
deixou
entrar
Mas
além
do
susto
que
levei
Ao
pensar
que
dormiria
ao
relento
De
castigo
muito
dias
fiquei.
(Obs.:
Nesta
época
eu
estava
com
11
anos)
Na
minha
cidade,
as
apresentações
do
Bumba-meu-boi
acontecem
em
dezembro
e
em
junho.
A
farsa,
conta
a
estória
da
Catirina,
mulher
do
Chico
Vaqueiro,
que
por
estar
grávida,
deseja
comer
a
língua
do
boi
mais
bonito
da
fazenda.
Catirina
induz
o
marido
a
matar
o
boi.
Chico
chega
e
ferir
ou
a
matar
o
boi.
Quando
a
notícia
chega
ao
fazendeiro,
dono
do
boi,
este
procura
o
autor
do
crime.
Chico
é
acusado.
Vários
doutores
são
chamados
para
curar
o
boi.
Depois
de
muitas
peripécias,
onde
há
julgamento
e
perdão,
termina
tudo
com
muita
festa
e
danças,
comemorando
a
cura
do
boi.
Outras
personagens
que
se
destacam
são,
o
Cazumbá
ou
o
Bicho
Folharau
(um
mascarado
vestido
de
folhas),
Pai
Francisco,
o
pajé,
a
Cunhã,
mulher
(travesti)
do
Cazumbá
e
outros
personagens
cômicos.
UM
BOLO
DELICIOSO
(Alberto
Peyrano)
Quando
eu
era
menino,
passei
um
dia
pela
casa
de
minha
vizinha.
Naquele
tempo,
no
meu
vilarejo,
ninguém
fechava
as
portas
com
chave
e
as
janelas
estavam
sempre
abertas.
Surpreendeu-me
sentir
um
delicioso
aroma
de
chocolate
e
ao
olhar
para
a
janela
vi
nela
um
formoso
bolo
que
minha
vizinha,
Dona
Maria,
tinha
deixado
ali
para
se
esfriar.
Bem
rápido
e
arteiro,
alcei-me
sobre
a
ponta
dos
pés
e
peguei
o
prato
com
o
bolo.
Corri
a
minha
casa
e
lhe
disse
a
minha
mamãe:
“Mamãe,
prepare
chocolate
que
ganhei
um
bolo
na
rifa
da
escola”.
Contente
com
a
notícia,
mamãe
preparou
a
deliciosa
bebida
e
ela,
meus
irmãos
e
eu
nos
sentamos
à
mesa
para
desfrutar
de
uma
merenda
especial.
O
bolo
era
um
manjar,
como
se
tivesse
sido
preparado
para
os
deuses,
e
não
ficou
nada,
tanto
assim
que
nosso
cachorro
não
ganhou
nem
sequer
uma
migalha.
Havia
decorrido
pouco
tempo
quando
a
vizinha
chamou
à
porta
de
minha
casa
e
disse
a
minha
mãe:
-
“Dona
Délia,
roubaram-me
um
bolo
que
tinha
posto
na
janela.
Você
viu
alguém
que
o
levou?
Havia
preparado
para
esse
bolo,
para
o
aniversário
da
minha
titia
Margarida”
Minha
mãe
respondeu
que
não,
mas
me
olhou
de
um
jeito
que
me
fez
sentir
que
a
terra
me
engulia.
Quando
a
vizinha
foi
embora,
disse-me:
-
“Então
ganhaste
o
bolo
em
uma
rifa?”
Eu
não
respondi.
-
“Esse
era
o
bolo
da
Dona
María?”
Eu
baixei
os
olhos
e
afirmei
com
a
cabeça.
-
“Toma
este
dinheiro,
vai
à
confeitaria
de
Dom
Paulo,
compra
um
bolo
parecido
e
leva-o
à
Dona
María.
E
nunca
mais
voltes
a
fazer
algo
assim”.
Chorando
fui
comprar
o
novo
bolo
e
chorando
entreguei-o
a
Dona
María,
que
não
entendeu
nada.
Saí
correndo
da
casa
da
Dona
María
e
me
refugiei
nos
braços
de
minha
Mãe
pedindo-lhe
perdão.
MALDADE
INFANTIL
(Maria
José
Zanini
Tauil)
Que
vontade
eu
tinha
de
morder!
A
um
braço
gordinho
não
resisti
E
tasquei-lhe
uma
dentada
Depois
fingi
não
saber
de
nada
A
pequena
pôs-se
a
berrar
(Ela
não
sabia
falar)
Corre
vovó
com
pimenta
Para
esfregar
nos
dentes
afiados
Olhamo-nos
desconfiados
Eu
apontei
meu
irmão
que
não
soube
se
defender
e
teve
que
pimenta
comer
para
sempre
lembrar
que
a
ninguém
se
deve
morder
ESSA
FOI
PRA
JAMAIS
ESQUECER!
LEMBRANÇAS
DA
JABOTICABEIRA
(Marcial
Salaverry)
À
sombra
da
jaboticabeira,
esperava-me
a
garota
namoradeira...
A
garota
era
uma
beleza,
seria
ótimo
amar
na
Natureza...
A
menina
não
tinha
idade,
para
perder
a
virgindade...
Deu
um
jeito
a
jaboticabeira,
para
que
não
fizessemos
a
besteira...
Ao
encostar
no
tronco,
para
um
beijo,
todo
pleno
de
desejo...
Uma
tatorana
marota,
queimou
as
costas
da
garota...
E
acabou
com
a
aventura...
FUI
UMA
CRIANÇA
FELIZ!
(Marilena
Trujillo)
No
colégio
de
freiras...
Era
dureza,
Tinha
que
estudar,
não
era
moleza!
A
melhor
parte...
A
madre
Tereza...
Que
era
um
anjo
de
bondade
e
beleza!
Em
casa...
Vichi...
Valha-me
meu
Deus!...
Eu
era
o
próprio
azougue,
uma
capetinha,
Com
a
tesoura
estragava
os
cabelos
meus,
E
tingia
minha
negra
e
linda
cachorrinha!...
Ficava
quietinha
na
hora
do
desenho...
E
mandava
brasa
na
hora
da
novela!
Colocando
os
saltos
da
minha
mãe...
E
desfilando
com
os
lindos
vestidos
dela!
Eu
era
danada...
Esperta
e
muito
tagarela!
Fui
de
verdade...
Uma
criança
muito
feliz!
Para
os
meus
pais,
eu
era
a
boneca,
a
Cinderela.
Para
o
meu
irmão,
era
só
a
gatuna
dos
seus
gibis!
Mary
Trujillo
-
19.09.2008
MEU
AMIGO
NERO
(Nancy
Cobo)
Esse
fato
está
tão
vivo
na
minha
memória,
como
se
tivesse
acontecido
hoje.
Com
07
anos
de
idade
tinha
Um
Cachorro
com
nome
de
Nero,
ele
era
muito
grande
e
peralta,
eu
não
ficava
atrás
claro.
Bem
um
dia
Ele
corria
pelo
quintal
eu
corria
atrás
dele
como
sempre
fazia
puxando
seu
rabo,
só
que
minha
mãe
na
mesma
hora
limpava
a
cx
de
esgoto.
Ele
corria
e
eu
continuava
a
correr,
minha
mãe
então
falou;
Menina
olha
estou
com
a
cx
aberta;
Eu
continuei
a
correr
ele
correu
e
conseguiu
pular
sobre
a
cx
eu
corri
mas
não
consegui,
claro
caí
dentro
da
cx
de
esgoto
O
Nero
voltou
e
começou
a
latir
Além
de
ficar
com
aquele
cheiro
agradável,
e
ter
me
machucado
chorava,
demais,
depois
que
minha
mãe
me
puxou,
comecei
a
rir,
pois
todos
em
minha
volta
só
faziam
isso.
Nero
um
grande
amigão...
Que
muito
nos
fez
feliz,
mas
que
todos
os
dias
aprontava
e
eu
o
ajudava.
LEMBRANÇAS
Augusta
Schimidt
Quando
eu
era
ainda
menina,
Adorava
olhar
o
céu
Queria
ver
as
estrelas,
Bordarem
um
enorme
véu.
E
os
passarinhos
então!
Formando
um
grande
coral,
Juntavam-se
a
saparia,
Era
festa
lá
no
quintal.
Quando
nas
árvores
subia
Era
hora
da
alegria,
Ia
bem
lá
no
alto,
Bem
pertinho
do
céu,
Queria
esticar
o
braço
E
abraçar
Papai
Noel.
E
O
ALUNO
CHOROU...
(Ógui
Lourenço
Mauri
-
20/09/2008)
Primeira
professora,
quanta
saudade!
Menino,
eu
aluno
do
curso
primário,
Tudo
dela,
pra
mim,
era
um
relicário.
Eu
me
encantava
com
a
facilidade
Com
que
ela
ensinava
à
classe
o
abecedário
E
vibrava
com
nosso
convívio
diário...
Conversar
com
ela
era
a
felicidade!
Aluno
deslumbrado,
na
tenra
infância,
Tinha
Dona
Magali
no
coração.
Por
ela,
fiz
da
escola
uma
obrigação,
Via
nos
seus
gestos
a
força
da
elegância:
Sem
dizer
nada,
dava-me
educação,
Preparava-me
pra
ser
um
cidadão...
Com
aulas
de
civismo,
em
sua
exuberância!
A
vida
corre
muito
e
o
tempo
passou...
Dona
Magali,
lembrança
de
alegria,
Que
esteve
em
meu
coração-menino
um
dia;
Paixão
descabida
que
ela
nem
notou...
Num
sábado,
vi
que
o
carteiro
trazia
Para
meus
pais
mensagem
daquela
"tia".
Convite,
casamento...
O
aluno
chorou...
NOSSA
ÁRVORE!
(Enei
Motta)
ERA
MÊS
DE
DEZEMBRO
PREPARATIVOS
PRA
O
NATAL
LEMBRO-ME
COMO
SE
FOSSE
HOJE
DE
UM
ACONTECIMENTO
FATAL...
ARMAMOS
NOSSA
ÁRVORE
QUE
ERA
BEM
MAIOR
QUE
EU
CHEIA
DE
BOLAS
E
ENFEITES
PRESENTE
QUE
DEUS
NOS
DEU
QUANDO
ELA
ESTAVA
PRONTA
E
NÃO
FALTAVA
MAIS
NADA
QUERÍAMOS
OLHAR
LIGEIRO
ELA
TODA
ILUMINADA
AO
LIGARMOS
NA
TOMADA
FALTAVA
ENTÃO
ENERGIA
E
EU
A
MAIS
DANADA
GRITEI
COM
EUFORIA:
VOU
ACENDER
UM
FÓSFORO
PRA
VER
COMO
FICARIA...
JÁ
ERAM
6
HORAS
DA
TARDE
NADA
DA
ENERGIA
VOLTAR
RISQUEI
ENTÃO
O
FÓSFORO
PRA
ÁRVORE
ILUMINAR
SUBIU
UM
FOGO
SÓ
PRA
NOSSO
SONHO
ACABAR
COMEÇAMOS
A
JOGAR
ÁGUA
E
O
FOGO
SEM
PARAR...
QUEBRAMOS
A
ÁRVORE
TODA
DE
BATERMOS
PRA
AMENIZAR
FOI
UM
NATAL
MUITO
TRISTE
SEM
A
ÁRVORE
PRA
ALEGRAR
AÍ
MINHA
MÃE
FALOU:
-
VÊ
SE
PARA
DE
ATENTAR...
(Tinha
eu
uns
10
a
11
anos
de
idade)
OS
QUINTAIS.
(Eme
Paiva
-
19.09.08)
Naquela
época
os
quintais
eram
imensos.
Tão
imensos,
que
comumente
nossas
mães
temperavam
a
comida,
faziam
saladas,
etc...
com
as
verduras
que
elas
mesmas
cultivavam
em
hortas,
ao
fundo
do
terreno
e
ainda
sobrava
muito
espaço
para
os
folguedos
entre
as
árvores!
É
sim!
Quase
todos
tínhamos
algumas
árvores
geralmente
frutíferas,
em
nossos
quintais.
Minhas
irmãs
e
eu
possuíamos
um
pé
de
carambola
tão
frondoso,
que
tínhamos
uma
casinha
de
madeira
entre
seus
ramos,
onde
convivíamos
mais
de
perto
com
asas,
penas,
ovos,
ninhos
-
canto
de
passarinhos
e
também
taturanas,
vespas
e
borboletas.
Porém,
mudou-se
para
a
vizinhança,
um
menino
vilão,
que
possuia
um
estilingue.
Um
perverso
irredutível,
que
treinava
sua
excelente
pontaria,
na
cabeça
das
aves
residentes
em
nossa
árvore.
Ninguém
chamava
a
atenção
dele
e
escapava
impune.
Afinal
ele
tinha
um
estilingue!...
Em
virtude
disso,
fundamos,
na
casinha
da
árvore,
uma
sociedade
chamada
"Que
Pena",
que
tinha
por
objetivo
enterrar
os
pássaros
que
ele
matava.
Sempre
se
podia
arranjar
caixinhas,
de
acordo
com
o
tamanho
das
aves,
que
lhes
serviam
de
esquife
e
as
enterrávamos
na
terra
fofa
da
horta
da
mamãe,
com
direito
a
flores,
velas,
rezas
e
até
lágrimas!
Creio
que
até
hoje
mamãe
não
sabe
destes
sepultamentos
entre
os
temperos
e
as
verduras
de
sua
horta!
PIPOCA
E
EU.
faffi
O
difícil
não
é
falar
sobre
minhas
peraltices,
difícil
é
escolher
uma..
Não
tive
bonecas
lindas
nem
brinquedos
caros,
a
gente
era
pobrinho.
Tive
animais
de
estimação
de
todo
tipo,
gato,
cachorro,
cabrito,
passarinho...
acho
que
só
não
tive
papagaio
e
isso
me
deixou
muito
triste,
até
hoje
sonho
com
um.
Nossa
casa
era
pequena,
mas
o
quintal
era
imenso
e
abrigava
toda
a
minha
filharada.
Um
dia
apareceu
no
quintal
um
macaco,
depois
de
muito
tempo
viemos
a
saber
que
ele
tinha
fugido
de
um
circo,
a
gente
se
apaixonou
na
primeira
olhada
ficando
muito
amigos.
Acomodei
o
bichão
no
pessegueiro
e
fomos
nos
entendendo,
tanto
que
a
gente
só
se
largava
na
hora
da
escola.(
ele
era
a
metade
do
meu
tamanho,
eu
tinha
+
ou
-
10
anos).
Bem,
um
dia
quando
ia
ao
dentista
achei
que
devia
levar
comigo
meu
amigo
pipoca,
quando
chegamos
foi
o
maior
sururu,
as
pessoas
que
estavam
na
sala
de
espera
se
assustaram
e
começaram
a
gritar,
pipoca
também
se
assustou
e
começou
a
pular
em
cima
das
pessoas.
o
Dentista
abriu
a
porta
do
consultório,
quando
se
deparou
com
aquela
sena
olhou
pra
mim
e
disse:
-
Só
podia
ser
você!
Some
daqui
com
"essa
coisa"
e
manda
seu
pai
vir
falar
comigo...
Tive
que
dar
o
recado!
Adivinhem
o
que
aconteceu
depois?
-
Quinze
dias
de
castigo
o
bumbum
inchado,
e
o
pipoca
na
coleira.
Acho
que
essa
peraltice
foi
uma
das
mais
fraquinhas.
CÁ
VOU
EU
NA
PROCISSÃO
(Luisa
Fernandes)
Quando
eu
era
menina,
Loirinha
de
olho
verde
Encantava
a
todos
com
minha
timidez...
Gostava
de
ir
acompanhar
os
crentes
nas
procissões...
Mas
como
era
baixinha,
com
a
vela
na
mão,
ia
queimando
a
ponta
do
xaile
que
as
idosas
de
então
usavam
na
procissão.
Ainda
hoje
me
lembro
Do
cheiro
que
tinha
Aquela
avaria
que
era
só
minha.
Na
última
vez,
cinquenta
anos
já
tinha
e
enquanto
rezavam
as
mais
idosas
sua
Avé-Maria
Dei
uma
discreta
gargalhada
quando
recordei
tal
peraltice.
Espero
que
Deus,
lá
no
Céu
Olhando
para
mim
tenha
perdoado
A
uma
pobre
menina
Tanta
maldade...
Luísa
Fernandes
(Portugal)
25/9/08
LEMBRANÇAS
(Hilda
Persiani
-
Curitiba,
16/09/2007)
Quando
à
tardinha
me
ponho
a
cismar,
Vêm-me
á
cabeça
muita
lembrança.
Sentada
na
rede
a
me
embalar,
Recordo
o
meu
tempo
de
criança...
Minhas
bonecas,
meus
brinquedos,
Pular
amarelinha
na
calçada,
As
brincadeiras
de
roda,
os
folguedos,
Esconde,
esconde,
com
a
meninada.
De
repente,
voltando
ao
presente,
O
coração
arfando
de
saudade,
Ao
em
vez
de
ficar
triste,
fico
contente
Por
chegar
á
longevidade
E
ter
ainda
dentro
em
mim,
Tantas
alegrias
para
recordar
assim...
Boas
Malvadezas
(Iranimel)
Oh!
Céus!
Seria
tão
lindo
Se
numa
piscada
do
olhar
A
gente
conseguisse
num
tempo
Da
adolescência
voltar.
Lembro-me
das
brincadeiras
Que
com
meu
irmão
eu
fazia
Na
verdade
(boas)
Malvadezas
Que
me
deram
tanta
alegria!
Ele
amarrava
dinheiro
numa
linha
fina
E
atirava-o
ao
chão,
na
calçada,
Da
janela
-
às
escondidas
-
Assistíamos
nossas
palhaçadas.
Quando
alguém
se
abaixava
ao
chão
Para
o
dinheiro
pegar,
ele
puxava
a
linha,
E
o
coitado
ou
coitadinha,
Ficava
com
cara
de
bobão!
Outras
vezes
judiávamos
Do
Turco
que
morava
na
esquina
minha,
Todas
às
noites,
nós
apertávamos
A
estridente
campainha;
Depois
saíamos
correndo
Para
algum
lugar
se
esconder,
Esperando
que
o
Turco
Viesse
ali
fora
atender.
Inocência
sem
maldade,
Que
tanto
me
deu
prazer!
Hoje,
porém,
com
a
minha
idade
Entendo...
Não
se
deve
fazer.
TEMPO
DE
CRIANÇA
(José
Ernesto
Ferraresso/Serra
Negra
-
17/09/08)
O
tempo
nos
desafia
sempre,
Fez
parte
da
nossa
lembrança,
Não
vimos
o
tempo
passar,
Para
nós
era
só
bagunças
,
Quando
crianças.
Olhei
um
dia
pelo
espelho,
Vi
atrás
de
mim
uma
gravura.
Era
um
retrato
triste
de
um
palhaço.
Sinônimo
de
bagunça
e
de
euforia.
Que
compartilhou
com
minha
alegria.
Tive
uma
infância
alegre,
Brincadeiras
constantes,
estripulias,
diversões.
Brinquei
de
enconde-esconde,
cabana,
de
circo,
Minha
infãncia
foi
tão
boa
Que
divertia
sem
me
preocupar.
Como
foi
bom
recordar!!!!!
TRAVESSURA
(Maria
Petronilho)
Era
o
tempo
da
Ditadura.
Havia
dois
agentes
reconhecidos
da
PIDE
(polícia
internaciona
para
defesa
do
estado,
treinada
por
agentes
da
Gestapo)...
Um
era
o
Bolas,
outro
o
Cabide.
O
primeiro
era
professor
de
francês,
enorme,
passava
os
intervalos
a
devorar
bolas
de
Berlim
(bolos
fritos)
Um
dia
entrou
numa
aula
do
4º
ano,
meninos
que
tinham
soletrado
o
francês
três
anos
a
fio,
e
perguntou:
-
"Comment
fait
le
burr?"...
Queria
informações
acerca
da
voz
do
burro
(âne)...
toda
a
sala
estremeceu
de
gargalhadas!
O
Cabide
era
contínuo.
Um
perseguidor
implacável
e
mesquinho,
esqueleto
vivo
donde
pendiam
as
ombreiras
do
casaco
assertoado.
Um
dia,
em
plena
aula,
em
que
se
desfazia
em
mesuras
diante
da
S'tora
(era
como
tratávamos
a
professora,
abreviando
Senhora
Doutora)...
eu,
nas
carteiras
da
frente,
enjoada
com
tais
maneirismos,
deitei-lhe
a
língua
de
fora.
A
S'stora
viu!
-
Maria:
Rua!
Ai
que
baque
no
peito!
Enfiei-me
na
casa
de
banho,
ajoelhei-me
a
rezar
até
tocar
a
sirene,
apavorada:
Se
tiver
falta
por
mau
comportamento
o
meu
pai
mata-me!
Não
tive
falta.
Já
constava
que
eu
tinha
problemas
em
casa
e,
afinal,
ninguém
gostava
do
Cabide
nem
um
bocadinho!
Se
calhar
a
S'tora
também
tinha
vontade
de
lhe
deitar
a
língua
de
fora!
É
desta
travessura
que
me
lembro,
vês?
RECEITA
PARA
FAZER
UMA
BONECA
(Maria
Petronilho)
É
muito
fácil
fazer
bonecas.
Começa-se
por
uma
bolinha:
pode
ser
de
pano,
de
pão,
de
algodão...
se
a
gente
tiver
um
berlinde
(bola
de
gude)
então...
very,
very
good!
Ata-se
bem
apertado,
em
espiral,
para
fazer
o
pescoço.
Faz-se
um
rolinho
de
tecido
e
coloca-se
na
horizontal,
ajeitando
o
tecido
de
modo
a
que
fiquem
a
descoberto
dois
pedaços
de
cada
lado.
Nas
bonecas
com
esqueleto,
envolvem-se
os
braços
de
pau
em
tiras
de
tecido
e
no
fim
dos
braços
cozem-se
as
pontas
com
pontinhos
miúdos,
a
fazer
de
mãos.
Na
vertical,
isto
é
que
requer
alguma
habilidade,
colocam-se
outros
dois
rolinhos:
as
pernas.
Se
se
tiver
um
trapo
com
que
se
faça
um
rolo
fino
e
comprido
o
suficiente
para
se
dobrar
em
ângulo...
então
é
facílimo!
...
Mas
é
preciso
ter
muita
sorte...
As
mulheres
aproveitam
esses
pedaços
para
fazer
remendos.
Ata-se
muito
bem
a
cintura.
Depois
é
só
fazer
a
roupa!
Cruza-se
uma
tira
a
fazer
de
blusa
e
coze-se
dos
lados.
E
com
um
trapézio
do
mesmo
ou
de
outro
tecido,
talha-se
a
saia.
Estão
a
ver
como
é
fácil?!
O
difícil
foi
descobrir
como
cozer
bolsos
na
saia...
levou
tempo...
um
dia
destes,
explico!
De
"Histórias
de
Bia"
Midi:
Marcha
Soldado,
na
voz
de
Irani
Genaro.
********
Obs.1.:
Os
textos
e
poesias
foram
inseridos
nesta
Ciranda,
por
ordem
de
chegada.
Obs.2:
Montagem
das
imagens,
por:
Yara
Nazaré.
********