Esta
é
uma
página
especial
sobre
uma
amiga
também
muito
especial
e
que
se
inicia,
com
um
"Conto
de
Fadas",
verídico
e
de
sua
autoria
que
nos
remonta
ao
mundo
encantado
dos
príncipes
e
das
princesas.
Em
seguida
apresento
algumas
de
suas
poesias
que
mostram
toda
a
sensibilidade
de
sua
alma
poética.
Apresento
a
minha
querida
amiga,
LUISA
FERNANDES
Com
carinho.
YARA
NAZARÉ
NO
REINO
DE
ALMEIRIM
(Luisa
Fernandes
-
12/07/05)
Minha
mãe,
quando
eu
nasci,
na
alegria
de
eu
ser
uma
linda
menina,
pois
já
tinha
o
seu
primeiro
varão
com
cinco
anos,
mandou
publicar
banhos
por
todo
o
Reino
de
Almeirim,
pequena
vila
perto
de
Santarém,
em
Portugal
e
neles
anunciava
a
maravilhosa
notícia
de
que
viera
ao
mundo
a
primeira
princesa,
digna
do
nome,
decorria
então
o
ano
de
mil
novecentos
e
cinquenta
e
oito.
Convocou
fadas
e
vieram
príncipes
de
além-mar
para
felicitar
meus
pais
pela
beleza
e
formosura
da
menina.
As
fadas,
reunidas
em
volta
do
meu
berço
concederam-me
vários
dons:
ser
bonita,
inteligente,
meiga,
doce
e
com
muito
talento
para
as
letras
e
que,
teria
ainda
a
sorte
de
arranjar
um
belo
e
corajoso
príncipe,
chegada
a
hora
certa
para
o
matrimónio.
Porém,
como
em
qualquer
nascimento
real,
foi
esquecida
a
fada
madrinha
Yopi,
que
chegou
depois
de
todas
as
outras
e
declarou:
-
Não
posso
retirar-te
nenhum
dos
dons
já
concedidos,
no
entanto,
um
dia,
vais
ter
duas
grandes
contrariedades
na
vida:
uma
ligada
à
condução
de
automóveis
e
outra
à
culinária.
Meus
pais
ficaram
horrorizados
e
até
se
esqueceram
de
verificar
se
me
estava
a
desenvolver
normalmente
de
tanta
aula
suplementar
de
culinária
e
de
condução
que
me
mandaram
ministrar.
E
a
pequena
princesa
foi
crescendo,
magrinha
mas
saudável
e
parecia
em
tudo
igual
a
tantas
outras
princesas:
prendada
nas
línguas,
sobretudo
no
francês,
confeccionando
pratos
deliciosos,
contrariando
assim
os
maus
agouros
de
Yopi.
Chegada
a
hora
de
fazer
o
exame
de
condução,
nem
aí
a
princesa
falhou:
conseguiu
tirar
a
carta
no
primeiro
exame…
Porém,
na
verdade,
pelos
reinos
de
Portugal,
a
menina
nunca
foi
vista
ao
volante
pois
tinha
um
medo
inexplicável
de
conduzir
e
até
de
andar
com
as
outras
pessoas
de
carro.
Na
cozinha,
porém,
era
em
tudo
semelhante
a
qualquer
boa
cozinheira:
apresentava
os
melhores
pratos
à
mesa
e
fazia
até
lindos
bolos
de
aniversário
e
de
baptizado
para
todos
os
sobrinhos
que
lhe
iam
nascendo…
Tudo
parecia
decorrer
pelo
melhor,
quando,
no
dia
15
de
Junho
do
ano
de
2005,
a
princesa
se
pôs
a
fritar
batatas,
prato
que
poucas
vezes
apresentava
à
mesa
real
e,
de
tantos
afazeres
se
encarregou,
nesse
dia,
que
deixou
incendiar
a
cozinha.
Aí
pensou
que
tinha
chegado
o
fim
do
mundo…
Eis
que
surge
o
príncipe
com
quem
ela
casara
no
ano
de
mil
novecentos
e
oitenta
e
dois,
e,
num
gesto
de
grande
ousadia,
lutou
contra
as
chamas
que
já
iam
altas.
Valente,
desmontado
de
seu
alazão,
embrenhou-se
no
mar
de
chamas,
correndo
perigo
de
vida
e
ficando
queimado
nos
braços,
apagou
o
horrível
incêndio
que
já
se
propagava
pela
real
cozinha.
Acorreram
vizinhos
para
ajudar,
mas
o
herói
já
vencera
sozinho
as
labaredas.
É
verdade
que
a
casa
ficou
um
pouco
escura
mas
fazendo
apelo
a
vários
servos
da
real
Companhia
de
Seguros
a
que
os
príncipes
estavam
agregados,
tudo
não
passou
de
um
valente
susto…
E
a
cozinha
real,
voltou
ao
normal...
Se
é
verdade
que
eles
continuam
a
viver
felizes
disso
não
restam
dúvidas
para
a
história
mas,
a
pobre
da
princesa,
a
cada
vez
que
abre
o
fogão
olha
em
volta
para
verificar
se
o
seu
príncipe
encantado
está
por
perto.
Moral
desta
história:
podemos
sempre
contrariar
o
destino
com
grandes
risos
sobre
as
desgraças
acontecidas.
A
vida
continua
e
vai
continuar
a
pregar-nos
algumas
partidas.
É
necessário
que
estejamos
preparados
para
tudo
o
que
ela
nos
reserva
de
bom
e
de
menos
bom…
A
princesa
saiu
ilesa
e,
quando
conta
as
suas
aventuras
tem
uma
enorme
vontade
de
rir
de
tudo
o
que
lhe
aconteceu…
..."E
a
formosa
princesa,
com
seu
amado
príncipe
e
a
princesinha
querida
filha
deles,
vivem
muito
felizes
no
seu
lindo
castelo
encantado"!
POESIAS
DE
LUISA
FERNANDES
PALETA
DE
FLORES
Ramo
de
palavras
Pétalas
desgarradas
de
sons
perfeitos
Verbos
apenas
conjugados
Insinuação
de
uma
sinfonia…
Palavras
ditas
em
toques
e
melodias
Sentidas,
Agarradas
ao
eu….
Poema
de
amor,
Que
dá
voltas
ao
mundo…
Dança
de
poesia
visual,
Cobertura
musical
de
cores,
Vírgulas
caídas
do
silêncio
em
matizes
rimáticas
O
mundo
é
o
meu
jardim,
A
poesia
o
meu
devaneio
Com
miradas
de
linguagens
diferentes,
São
tingidos
os
meus
dias…
O
som
cristalino
de
tuas
palavras
Ecoa
em
mim
e
aí
permanece…
Com
a
paleta
de
flores
de
todas
as
cores
Escreverei
poemas
ao
luar
Defrontarei
a
vida
Plena
de
subtilezas…
Luísa
Fernandes
6/6/2012
***********
SER
PORTUGUÊS
(Luísa
Fernandes
24/5/2012)
Ser
português
é
ser
poeta
É
viajar
com
as
sentenças
Ir
pelas
palavras
adentro
Revirar
ideias,
semear
emoções
Sulcar
versos
e
rimas
Cantar
odes
à
vida
Carpir
mágoas
sem
pranto…
Ser
português
é
ser
poeta.
Tecer
sonhos
sem
fio
Enredar-se
na
vida
sem
logro
Proteger-se
de
um
nada
que
é
tudo
Elevar
o
pensamento
ao
nível
da
inspiração
Transformar
a
língua
Transpor
barreiras
e
fronteiras
Comer
uma
laranja
sem
gomos
Trincar
e
saborear
palavras
Como
quem
experimenta
a
paz…
Entregar-se
todo
e
sorrir
à
vida,
Escrever
em
papel
a
palavra
flor
E
vê-la
despontar
ali
mesmo
da
terra…
Sou
português,
mas
serei
poeta?
***********
A
UMA
ESTRELA
MENINA
(Luisa
Fernandes
-
03/05/05)
Conto
estrelas
em
ti,
Milhares
delas
Se
enredam
no
teu
olhar,
Brilham
em
cada
mirada,
Cintilam
de
palavra
em
palavra
Dançam
em
alegria
Dizem
da
tua
tristeza
Ausentam-se
do
pranto…
Conto
estrelas
em
ti
Pois
tu
és
uma
delas
Tal
poema
que
canta…
Mesmo
na
tua
ausência
Reconheço
as
palavras
que
dirias
Oiço
o
silêncio
radioso
de
tuas
ideias
Cuido
das
tuas
fantasias
De
teus
contos
de
fadas
Amo
o
que
és,
aquilo
que
não
fostes
Conto
estrelas
em
ti
Transforma-te
numa
delas…
***********
(Luísa
Fernandes
-
4/5/05)
Eles
virão
dizer-te
quem
sou
E
tu
não
acreditarás
Eles
denunciar-me-ão
Mas
tu
abonarás
A
meu
favor…
O
Amor
em
tudo
acredita,
O
Amor
tudo
perdoa
O
Amor
só
é
Amor
Quando
é
o
teu,
minha
Mãe!
**********
BEM...
MAL...
(Luísa
Fernandes
-
19/5/05)
Não
há
longe
nem
distância
Entre
o
bem
e
o
mal
É
doce
viver
aqui
Mas
que
desejo
de
andar
por
aí…
Amo
e
isso
é
que
importa
Fazer
o
bem
sem
o
mal
Distanciar
o
mal
do
bem
Para
que
um
dia
alguém
Daí
possa
entender
Que
daqui
estou
eu
Vivendo
como
aprendi
Daí
sinto
de
modo
inédito
O
poder
de
tudo
alcançar…
Quem
diria
que
alma
tão
tranquila
Parece
viver
feliz
Padecendo
do
mal
De
não
conseguir
transpor
a
barreira,
Atravessar
a
fronteira
De
não
poder
ser
igual
Aos
que
teme
mas
contempla…
Irmão,
não
julgues
teu
próximo
pelo
que
vês
Mas
pelo
que
nele
sentes,
Na
sua
atracção
pelo
abismo…
Quero
ser
bondosa
conhecendo
o
mal
E
maldosa
praticando
o
bem…
Quem
me
dera
entender
a
minha
faceta
Que
anda
por
este
mundo
vogando…
Serei
eu?
Serás
tu?
Não
consigo
responder…
Mas
eu
não…
Que
Eu
Não
Sou
Assim…
***********
AMIGA…
(Luísa
Fernandes
-
30/5/05)
Se
eu
não
soubesse
quem
tu
és
Seria
a
pessoa
mais
pobre
do
Mundo…
Se
eu
não
soubesse
que
existes
Estaria
agora
perdida
Procuraria
pelo
significado
das
palavras
Amizade
Distância
Calor…
Mas,
como
tu
existes,
Eu
sei
que
a
amizade
és
tu…
Que
a
distância
é
física,
Que
o
calor
é
essa
chama
especial
Que
acalenta
nossos
corações
Ao
sabermos
que
estás
aí
Mas
que
daqui
eu
penso
em
ti…
Trocamos
mensagens
Repletas
de
calor,
Calor
que
a
distância
Não
consegue
deixar
de
transformar
Em
AMIZADE!
********
AMAR...
(Luísa
Fernandes
-
11/6/05)
Verbo
que
conjugo
A
dois
Com
coração
e
bondade
Este
verbo
não
tem
limite
É
intemporal
Não
obedece
a
pessoa...
Não
pertence
ao
presente
Vai
e
corre
a
eternidade...
Eu
amo
num
presente
histórico
Porque
amava
e
amarei
Sem
pessoa
pois
também
sou
amada...
Amor...
Amar...
Amo-te!
*********
AI,
AI...
(Luísa
Fernandes
-
1/07/05)
Desde
o
sol
da
madrugada
Até
ao
canto
da
cotovia
O
dia
a
dia
passa
E
com
ele
a
vida
trespassa
De
angústias
e
fantasias
Dores,
mezinhas
e
gritos
Tudo
o
que
vida
nos
confere
Num
simples
ai
começa:
Grito
de
dor
de
uma
mãe
Num
simples
ai
permanece
No
fôlego
do
recém-chegado
E,
de
repente,
num
sopro,
Num
outro
ai
Tudo
se
vai
Acaba
Fenece
Foi
no
mesmo
ai
de
alegria
Que
começa
a
tristeza
Ai,
se
não
fosse
a
Vida,
Aí,
eu
não
seria!
*********
CONTRADIÇÕES
(Luísa
Fernandes
-
3/7/05)
Sento,
levanto
Choro
sem
pranto
Rio
chorando
De
tanto
dizer
sim
Quando
penso
não…
Levanto
e
sento
Corro
e
paro
Paro
sem
correr
E
corro
de
parar
Afirmo,
confirmo
Desminto
Aquela
cara
que
reconheço
Não
pertence
ao
coração
Que
parecia
dela…
É
cedo
mas
já
tarde
É
tão
tarde
de
cedo
Para
conhecer
aquele
Que
outrora
era
“amigo”
Mas
que
fora
e
não
volta…
Choro
sua
ausência
Alegro
meu
íntimo
Se
ele
só
o
foi
Porque
acreditei…
A
vida
tem
disto
É
feita
de
um
misto
De
verdade
mentira
De
fartura
e
de
fome
De
um
sinto
que
não
sinto
De
sentimentos
contraditórios
Serei
ou
não
serei?
Ei,
do
outro
lado…
Está
aí
alguém?
Não
responde
ninguém?
Porém
foi
você
que
eu
amei…
**********
SOLIDÃO
(Luísa
Fernandes
-
03/07/05)
Uma
hora,
Duas
horas
E
o
tempo
que
não
passa…
Cada
minuto
é
eterno
Mas
que
pressa
tenho
de
viver?
Será
que
rapidamente
Sem
estar
consciente
Desejo
desaparecer
Ou
então,
simplesmente,
Camuflar
este
meu
lado
enfadonho?
Que
se
transforma
em
medonho
Ao
cair
das
trevas…
A
noite
me
escurece
A
solidão
enfurece
O
silêncio
Apenas
o
silêncio
Me
escuta
e
atende
As
preces
feitas
em
palavras
Escritas
neste
espaço
Inscritas
e
apagadas
Longas
horas
aqui
passadas…
Depois,
para
completar,
Procuro
imagens
e
som…
Então,
aí,
realizo,
Concretizo
Uma
arte
de
diversão
Que
preenche
este
espaço
De
alegria…
As
horas
foram
segundos
Parcos
e
impertinentes
Saltitantes
desobedientes…
Adormeço
satisfeita
Por
ter
ilustrado
meu
pranto
Por
ter
amansado
minhas
tormentas
E
ter
acalentado
minha
arte
de
viver…
Uma
hora,
Duas
horas,
O
tempo,
o
vento
o
levou…
*********
“BURRITO”
(Luísa
Fernandes
-
03/07/05)
Ei,
salta
daí,
vem
Rodopia
que
a
vida
Sempre
quer
Alguém
mais
atrevido
Que
tente
afrontar
as
leis
da
gravidade…
Pernas
p’ró
ar
Nariz
no
chão…
Vem
daí
e
dança
Ao
ritmo
alucinante
Da
música
endiabrada
Do
sol
escaldante
Do
amor
envolvente…
Saltita…
A
vida
não
pára
Para
ser
vivida…
Rodopia
Em
cadenciada
dança…
Ao
ritmo
vertiginoso
da
tua
gargalhada
Da
tua
pedalada
Da
tua
vivacidade…
Transforma
tuas
inibições
Em
autorizações…
Pula,
salta,
rodopia,
Volta,
corre
e
não
pares
Que
o
ritmo
não
falte
Que
o
fôlego
não
escasseie,
Ao
som
de
tal
música
Só
o
Sol
encontrei…
********
Obs.:
A
divulgação
desta
página
foi
autorizada
pela
poeta,
Luisa
Fernandes.